Gustavo Werneck
Tempo fechado na região de São Roque de Minas, na Região Centro-Oeste de Minas, mas ainda sem chuvas fortes para recarregar as nascentes do Rio São Francisco. Na tarde de ontem, um grupo de representantes de instituições de defesa do meio ambiente e gestores públicos fez uma visita à Serra da Canastra, berço do “Velho Chico”, que vive a pior seca de sua história desde 1971. Conforme matérias publicadas pelo Estado de Minas, a situação é crítica, piorada ainda mais por incêndios que destruíram a vegetação no entorno. Chuviscos na noite de sexta-feira animaram os moradores, muita nebulosidade ocorreu na sequência, porém as esperadas águas não vieram ainda do céu.
Durante o período crítico de seca, os grandes consumidores ao longo da bacia, que respondem por 90% do total do consumo de água (70% dos agronegócios e 20% das indústrias) poderão ser obrigados a aderir a um tipo de racionamento de água, com a solicitação à Agência Nacional das Águas (ANA) e ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) para a revisão das outorgas concedidas. A previsão é de que, em menos de duas semanas, esteja concluído o levantamento do volume de água dos de usuários do agronegócio, indústrias e do Projeto Jaíba, no Norte de Minas, que usam volume acima de 1 m3 de água por segundo.
As medidas de restrição do uso de água ainda não estão definidas em detalhes, mas podem variar entre o uso da água em turnos diferentes ou em dias alternados. O nível de redução pode ser de 10% a 20% do consumo. Outra proposta apresentada pelos membros da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, que representa o braço mineiro no Comitê, foi a redução da vazão de água da represa de Três Marias dos atuais 160 m3 por segundo para 140 m3 por segundo em outubro e 120 m3 por segundo em novembro.