Na Serra da Moeda, o incêndio foi detectado na noite de sábado e na manhã de ontem atingiu proporções maiores. O trabalho dos bombeiros e dos brigadistas se prolongou por boa parte do dia. Somente no meio da tarde as chamas foram debeladas. Logo depois, uma chuva fina acabou com os últimos focos de chamas que ainda resistiam. “Começou a chover bem fininho, mas foi o suficiente. A gente estava precisando muito de chuva, pois a fumaça já estava sufocante.
Na Serra do Curral, o fogo, que também começou na noite de sábado, atingiu principalmente o Pico Belo Horizonte, o mais alto da formação, com 1.390m de altitude, em área do Parque das Mangabeiras. De acordo com o diretor de parques da Área Sul da Fundação de Parques Municipais (FPM), Homero Brasil Filho, mais de 40 hectares de cobertura vegetal foram devastados pelas chamas. Ele também informou que o incêndio, que surgiu na área de uma mineradora, se espalhou com muita rapidez pela Serra do Curral, chegando próximo à Centelha 1, antena de controle da Polícia Militar, e a antenas de uma operadora de telefonia. Como as chamas se concentraram numa área mais distante, o parque não foi fechado aos visitantes.
A Brigada de Combate e Prevenção a Incêndios do Parque das Mangabeiras começou a combater as chamas à tarde com um caminhão-pipa. Posteriormente, o Corpo de Bombeiros chegou para auxiliá-los com viaturas e duas aeronaves. O fogo foi controlado na encosta de Belo Horizonte e, de acordo com Brasil Filho, não havia mais risco de atingir a área do parque. A vegetação de cerrado foi rapidamente consumida e em pouco menos de três horas atingiu a encosta de Nova Lima, ocupada pela Mata do Jambreiro, principal área verde da região metropolitana.
A principal preocupação era que as chamas se espalhassem durante a noite, principalmente na região de Nova Lima, que Homero Brasil definiu como “preocupante”. Ele atribuí os incêndios na região da Serra do Curral a atos criminosos de piromaníacos em “99% dos casos”. Ele ressalvou que, apesar da fiscalização dos funcionários, muitas pessoas não respeitam as regras e ateiam fogo em qualquer lugar.
TEMPORADA DE QUEIMADAS Entre ontem e hoje, Minas registrou 139 focos de incêndio florestal, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área queimada no estado já é equivalente a 7,7% do total atingido por chamas em todo o país.
A grande dificuldade é que, quase sempre, os incêndios começam às margens de rodovias ou em pequenas propriedades e se espalham por áreas de difícil acesso. Muitas vezes, algumas regiões no meio da serra, por exemplo, queimam por vários dias sem que os bombeiros e brigadistas consigam se aproximar dos locais. Os bombeiros estão trabalhando sem descanso. “Até o pessoal da administração está sendo convocado para ajudar no operacional esta semana”, comentou o sargento Roger, da Sala de Imprensa dos Bombeiros.
Entre os 10 incêndios registrados apenas ontem na Grande BH estão o fogo em vegetação no Bairro Ponte Alta, em Betim, que chegou a ameaçar algumas residências e foi controlado à tarde; a queimada numa mata no Bairro Diamante, perto da Estação BH Bus, na Região do Barreiro; e outro no Parque Ecológico e Cultural Jardim das Nascentes, no Bairro Madri, Região Norte de BH. Os bombeiros encerraram o domingo combatendo queimadas em vegetação no Bairro Nossa Senhora do Ó, em Sabará; no Centro de Esmeraldas; e também na região de Ravena, distrito de Sabará.