Jornal Estado de Minas

Pastor envolvido com o Bando da Degola é julgado em BH

Sidney Eduardo Beijamin é acusado de envolvimento na morte de dois empresários no Bairro Sion, em 2010. Outros quatro réus já foram condenados

Cristiane Silva
Pastor Sidney Eduardo Beijamin (Esq.) durante fase de instrução do julgamento - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press - 13/12/2010


Começou às 9h06 desta segunda-feira o júri de mais um acusado de envolvimento com o Bando da Degola, grupo responsável pela morte de dois empresários em abril de 2010 no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Nesta segunda, o pastor Sidney Eduardo Beijamin está no banco dos réus. O advogado Luiz Astolfo também seria julgado mas, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o júri dele foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) até o julgamento de um recurso especial na corte.

A sessão acontece no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, na capital, e é presidida pelo juiz Alexandre Cardoso Bandeira. O promotor José Geraldo de Oliveira representa o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Dez testemunhas serão ouvida, cinco delas de defesa. Quatro mulheres e três homens compõem o conselho de sentença.

Oito pessoas são acusadas de arquitetar o crime, sendo que quatro delas já foram condenadas.
O primeiro a ser julgado, em dezembro de 2011, foi o ex-cabo da Polícia Militar (PM) Renato Mozer. Ele foi condenado a 59 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, sequestro, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Em julho de 2013 foi a vez do ex-estudante Arlindo Soares. Ele foi sentenciado pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A sua pena foi de 44 anos de reclusão.

Frederico Flores, apontado como o líder do bando, sentou no banco dos réus em setembro do ano passado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, extorsão, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado. Mesmo assim, sua sentença foi a menor até agora. O ex-estudante de direito pegou 39 anos de prisão.

O último a ser julgado foi o garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea. Ele foi condenado a 30 anos de prisão por homicídio qualificado e formação quadrilha. A médica Gabriela Ferreira da Costa será julgada em 30 de outubro.

O crime

Conforme o TJMG, consta na denúncia que Frederico flores foi informado que os empresários Rayder Santos Rodrigues, de 39 anos, e Fabiano Ferreira Moura, de 36, estavam envolvidos em estelionato e contrabando, movimentando grande quantidade de dinheiro em várias contas bancárias. A partir daí, Flores sequestrou, extorquiu e matou os empresários com ajuda dos demais envolvidos.

Ainda de acordo com a promotoria, os crimes aconteceram em 10 e 11 de abril em um apartamento alugado por Frederico Flores, depois de os acusados terem realizado saques e transferências das contadas das vítimas.
Em seguida, segundo relato do Ministério Público, eles mataram os empresários, cortando suas cabeças e dedos para dificultar a identificação, e os levaram para a região de Nova Lima, onde foram deixados parcialmente queimados. No dia seguinte, os réus se reuniram para limpar o apartamento.

Com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.