As crianças que morreram ficavam em uma creche no Bairro São Benedito. Uma menina de 1 ano e 2 meses seria transferida para o Hospital Infantil João Paulo II, o antigo Centro Geral de Pediatria (CGP), em Belo Horizonte, mas morreu no caminho, enquanto era atendida no Pronto-Socorro de Oliveira. Outras duas meninas, de 3 e 4 anos, chegaram a ser internadas no hospital de BH, mas a mais nova não resistiu à doença. A sobrevivente passa bem e deve receber alta em breve.
Conforme a enfermeira Lalene Magre, da Vigilância Epidemiológica, a catapora é uma doença que, normalmente, tem evolução benigna e não leva à morte. Segundo ela, as duas crianças tinham um histórico de viroses, diarreia e anemia, o que pode agravar os casos, devido à baixa imunidade.
Mesmo com a catapora não tendo altos índices de letalidade, a vacinação é importante para que a doença não se alastre ainda mais na cidade. “Estávamos com 206 casos na semana passada. Hoje, terça-feira, já são 256 confirmados”, informa Lalene. “Alguns casos com adolescentes e um ou dois adultos. A grande maioria é de crianças”, completa.
A campanha de vacinação começou na creche das meninas que morreram. Somente ontem, 60 crianças entre 12 meses a 5 anos foram imunizadas. As equipes de saúde também vão passar pelas outras instituições de ensino que atendem essa faixa etária. A cidade tem quatro Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis) e duas creches filantrópicas. A orientação é para que a limpeza dos locais e a higienização das crianças sejam reforçadas.
SINTOMAS A enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Campo Belo explica que os principais sintomas da catapora são as lesões em forma de bolhas na pele, dor de cabeça, mal estar e febre, que pode começar dois dias antes do aparecimento das lesões. A doença pode ser transmitida pelo contato com as lesões e por gotículas de saliva. Por ser altamente contagiosa, a recomendação é que os pacientes fiquem em casa durante o tratamento. Após o atendimento médico, a pessoa recebe um atestado de até 10 dias para afastamento da escola, trabalho ou outras atividades.
Ainda segundo Lalene Magre, quem está com sintomas de catapora ou já teve a doença não deve se vacinar. Os que receberam a vacina em outra ocasião não precisam de outra dose. “A gestante que teve contato com crianças ou adultos com a doença e nunca teve (catapora) tem que procurar o atendimento rápido para aplicar a medicação. É a imunoglobulina, são anticorpos para a gestante se proteger”, finaliza. .