A estiagem castiga também o Alto Paranaíba, uma das regiões mais prósperas do estadoO Rio Paranaíba está com apenas 12% de vazão, a 160 quilômetros da nascenteO leito se resume a um filete quase todo formado por esgoto, causando mortandade de peixesA seca no Alto Paranaíba também gera conflitos entre produtores, que disputam a pouca água disponível nos rios e córregosE cidades da região já enfrentam problemas de abastecimento.
“Vivemos uma situação preocupante”, diz o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Municípios do Alto Paranaíba, Sérgio BronziSegundo ele, cidades como Perdizes e Santa Juliana enfrentam escassez no abastecimento“Ainda não há racionamentoMas está havendo mudanças na gestão dos sistemas de abastecimento, com alterações nos horários de distribuição e orientação das pessoas sobre a necessidade de economizar água.”
O Alto Paranaíba nunca teve problemas climáticosMas, neste ano, o quadro mudouDe acordo com Wilson José da Silva, integrante do Conselho Municipal de Defesa Ambiental (Codema), de Patos de Minas, cidade de 134 mil habitantes, uma das principais da região, até houve um bom período chuvoso em março“Depois, somente uns chuviscos em abril e em junho.” Além quase vazio, o Paranaíba, no trecho que passa junto à área urbana de Patos de Minas, recebe a carga de esgoto sem tratamento
“Acompanho o Paranaíba há 20 anosÉ a primeira vez que o vejo tão baixo”, impressiona-se o integrante do Codema de Patos de MinasEle diz que pescadores e moradores de comunidades ribeirinhas ignoram a concentração de esgoto e tomam banho em poços do Paranaíba“Essas pessoas se expõem a risco de contaminação.”
A nascente é no município de Rio Paranaíba, na Serra da Corda, e o rio vai em direção ao Oeste, percorrendo 1,2 mil quilômetros em Minas e Goiás, até se encontrar com o Rio Grande e formar o Paraná, no Mato Grosso do SulRios que cortam o Distrito Federal, como o São Bartolomeu, São Marcos e Descoberto, também fazem parte da Bacia do Paranaíba.
CONFLITOS A Bacia do Parnaíba é uma responsáveis pela rica economia do Alto do Paranaíba, que se destaca no cultivo de café e milhoCom a seca, os agricultores disputam a pouca água disponívelPara o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Municípios do Alto Paranaíba, Sérgio Bronze, “se um produtor rural continuar captando a quantidade de água autorizada em sua outorga, o vizinho de baixo fica sem o líquido e surge o conflito”Ele diz que o Comitê procura o entendimento para o uso da água de forma compartilhada.
O Paranaíba tem o volume aumentado quando chega ao TriânguloLá, recebe água do Rio Araguari