Freitas estava junto com um delegado do 1º DP de Betim em uma KombiO veículo estava estacionado no Bairro Capelinha para que os policiais, em campana, observassem o movimento de suspeitos na região em uma operação contra o tráfico de drogasNo local, recentemente, houve um duplo homicídio que também era investigadoOs policiais decidiram abordar um suspeito de tráfico que carregava um malote perto de um trailerDescobriram que no pacote havia R$ 20 mil e porções de droga
Enquanto se concentraram na abordagem, foram surpreendidos por homens armados que chegaram em um Fiat Stilo de cor amarelaOs homens se aproximaram e atiraram contra Freitas e o delegadoO Stilo pertence, inclusive, à delegacia onde trabalham
Luno e Lucas são lotados na 8ª Delegacia Especializada de Homicídios de Betim, onde trabalham há cerca de quatro anosJá o policial que morreu era da equipe da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Betim e tinha 17 anos de corporaçãoSegundo o advogado Ramon dos Santos, o depoimento de hoje é apenas um complemento do que já foi dito no dia em que os dois investigadores se apresentaram à CorregedoriaSomente Luno foi ouvido, de acordo com pedido do corregedor.
“São muitas coisas que ele está sendo acusadoEsta situação do dinheiro não é verdadeEle se defendeu hoje dizendo que não sabia que se tratavam de policiais
Ainda segundo Santos, a equipe de Freitas se aproximou do Fiat Stilo pela frente, um procedimento que não é padrão da Polícia Civil, fazendo com que Luno e Lucas desconfiassem da abordagemConforme o advogado, os dois acharam que se tratava de algum bandido da região
O Fiat Stilo pertencente à 8ª Delegacia era de propriedade de um traficante da região, mas foi apreendido em uma operação e deixado – com autorização judicial – para uso de policiais em investigações como viatura descaracterizadaConforme o advogado, Luno e Lucas pensaram que criminosos da área teriam reconhecido o veículo e abordado como forma de acerto de contasPorém, esses homens que pensaram ser bandidos, eram colegas de profissão
Conforme Santos, o investigador Luno ainda argumentou sobre a Kombi usada pelos colegas na campanaSegundo ele, a Kombi é de um morador do bairro e foi emprestada para os policiais trabalharem sem levantar suspeitasEsse fator também contribuiu para que Luno e Lucas confundissem Freitas com morador do bairro
“A única coisa que fez foi se defenderNão sabia que se tratava de policiais e pensou que pudessem ser criminosos”, relata o advogado sobre o depoimento do clienteAinda de acordo com Santos, Freitas teria disparado antes contra o Fiat Stilo, só depois disso houve troca de tirosOs acusados alegam que estavam no Capelinha para apuração do duplo homicídio que ocorreu dias antes e colocam em dúvida a versão de que a equipe da 1ª Delegacia estava lá a trabalho.
Para o advogado está provado que Luno e Lucas não levavam um padrão de vida alto, fruto de recebimento de propinas, como foram acusadosEle acredita que a Corregedoria terá muito trabalho para apurar o caso e afirma que a equipe da 1ª Delegacia é que tem carros e casas de luxo
O advogado vai entrar com pedido de revogação da prisão preventiva para os dois investigadoresEle não usou o recurso antes porque Luno e Lucas estavam sendo ameaçados de morteConforme Santos, a Corregedoria tem 10 dias para concluir as apuraçõesA assessoria da Polícia Civil informou que não vai divulgar informações sobre o depoimento de hoje