As aulas estão suspensas a partir desta sexta-feira nas escolas públicas municipais de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas, por causa da falta de água. O Decreto 3.396/2014 da prefeitura leva em consideração o estado de emergência por causa da seca na região para justificar a paralisação das atividades escolares. Nas instituições estaduais, a suspensão começa a valer a partir de segunda, conforme informou a secretaria municipal de educação.
Para a suspensão, a prefeitura considerou parecer técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) comprovando que a situação é grave, com risco de falta de abastecimento de água potável; o longo período de estiagem pelo qual a cidade passa; o significativo aumento da demanda de água tratada pela população em virtude do aumento da temperatura ambiente e o alto consumo de água nas escolas, que não podem ficar desabastecidas sob pena de colocar em risco a saúde dos alunos e servidores.
Com esses argumentos, a prefeitura definiu que as aulas fiquem suspensas até dia 10 de outubro, podendo ser prorrogado o período de paralisação caso a situação de emergência permaneça. A suspensão definida pelo decreto pode ser revogada a qualquer momento, caso a situação emergencial seja normalizada.
De acordo com a secretária de Educação, Celma Vargas Kadour Andrade, na prática, as aulas só retornam em 20 de outubro porque na semana entre 13 e 17 está previsto recesso no calendário escolar em comemoração ao dia do professor. Na rede municipal, cerca de 3 mil crianças ficarão sem aulas das creches até o ensino fundamental 2.
Equipes da secretaria, prefeitura e SAAE vão se reunir nesta sexta-feira para discutir a situação. Na semana que vem, os professores e diretores vão organizar um esquema de reposição de aulas para que alunos não tenham prejuízo educacional.
A Secretaria de Estado de Educação informou que a as escolas estaduais estão trabalhando com o mínimo possível de água. Ela confirmou que as aulas serão suspensas nas sete escolas estaduais do município. Ao todo, 4,4 mil estudantes serão atingidos pelo fechamento das instituições de ensino.
Mais seca
A falta de água é uma triste realidade em outras regiões de Minas. Em Santo Antônio do Monte, Centro Oeste do estado, há cerca de 20 dias os moradores se revezam para utilizar o serviço. Semanalmente a Copasa informa aos moradores quais bairros serão afetados pelo desabastecimento e em quais dias não poderão utilizar a água. A seca vem reduzindo o nível do Rio Guandu e provocando intermitências no abastecimento.
Em Pará de Minas, Região Central, a situação é ainda mais grave. Desde maio, a cidade vive em estado de calamidade pública. A prefeitura adaptou um veículo para abastecer somente as residências que tiverem idosos ou doentes. Para isso, as famílias devem entrar em contato com o Centro de Referência em Assistência Social ou procurar equipes do Programa Saúde da Família, para realizar o cadastramento. Os outros lares fazem rodízio para utilizar o serviço de abastecimento de água.