O Ministério das Cidades aprovou pedido de recursos da Prefeitura de Belo Horizonte para investimentos no “Expresso Amazonas”, nome dado ao conjunto de 41 quilômetros, em 10 corredores, que receberá faixas exclusivas para circulação de ônibus do Move nas regiões Oeste e BarreiroSegundo o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, será criado um BRT “light” nesse circuitoTrata-se de uma versão reduzida do sistema de transporte rápido por ônibus, sem desapropriações, a exemplo do que ocorreu na Avenida Pedro II, embora a versão Amazonas tenda a ser mais robusta e contar com estações de transferência em vez de pontos simples de coletivos
As intervenções foram concebidas para custar R$ 149 milhões, dos quais R$ 141,55 milhões de financiamento do governo federal e 7,45 milhões de contrapartida do municípioAs adaptações ainda serão submetidas a um projeto, sendo que as avenidas Amazonas e Tereza Cristina serão as que terão mais intervenções
Antes de receber o sinal verde para o financiamento, a prefeitura precisou encaminhar carta-consulta a Brasília, detalhando o que pretende fazerNo documento, obtido pelo Estado de Minas por meio da Lei de Acesso à Informação, a BHTrans indica que o sistema terá, basicamente, três grandes corredoresAlém disso, a prefeitura pretende construir uma estação na Região Oeste, que será compartilhada com um dos terminais da primeira parte da Linha 2 do metrô, projetada para ligar a Estação Barreiro ao Bairro Nova Suíssa (Oeste)O projeto da Linha 2 está concluído, segundo a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), porém, ainda não há definição sobre a incorporação da Linha 1 (Vilarinho/Eldorado) pelo governo do estado para prosseguir os trabalhos
O primeiro dos três corredores do BRT Amazonas tem previsão de oito quilômetros de extensão apenas na Avenida Amazonas, entre Avenida Paraná, no Centro, e o Anel Rodoviário, no Bairro Madre Gertrudes (Região Oeste)O ramal deve ser conectado a uma futura estação de integração, a ser construída pelo governo estadual nos limites de Belo Horizonte e Contagem, na Grande BH
Dentro do pacote a ser implantado estão ainda faixas exclusivas em outras avenidas, para melhorar o desempenho dos ônibus, como na Olegário Maciel, Nossa Senhora de Fátima e em vias do BarreiroA conexão do BRT projetado para a Avenida Amazonas com o sistema existente na capital será feita pela Avenida Paraná, que já é itinerário exclusivo de ônibus do Move no Centro da capital
Segundo o superintendente de Planejamento e Pesquisa da BHTrans, Rogério Carvalho Silva, apesar de o modal não ser um BRT nos mesmos moldes das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado – que têm duas faixas por sentido e pistas segregadas com separação física –, os novos corredores vão receber veículos padrão BRT, como os ônibus articulados e padron, e também estações de transferência“Teriam que ser estações mais simplesSe é no passeio, não pode ser tão grandeSe é no canteiro central, não pode ser tão larga, mesmo no caso da Amazonas”, diz o superintendente, referindo-se à concepção inicial elaborada pela BHTrans
Viadutos
O planejamento financeiro esboçado pela prefeitura contempla quatro obras de arte especiais, termo da engenharia para estruturas como viadutos, pontes ou trincheirasA BHTrans ainda não definiu o que será feito nesse sentido, mas duas possibilidades são obras nos cruzamentos de Amazonas com Contorno e Amazonas com Tereza CristinaTambém está prevista a implantação de 170 abrigos de ônibus nos 41 quilômetros de pistas exclusivas para o transporte público, conforme a concepção da BHTrans
De acordo com o superintendente da empresa municipal, os próximos passos são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, que vai seguir trâmites para liberar os recursos junto à Caixa Econômica Federal e providenciar as licitações de projetos e obrasA expectativa da PBH é começar as intervenções no fim de 2015, com possibilidade de que sejam concluídas até o fim da gestão Marcio Lacerda (31 de dezembro de 2016)Na rede estruturante de transportes projetada pela prefeitura, ainda faltaria a criação do corredor de BRT no Anel Rodoviário, que depende da revitalização da via“O Anel é importante, porque corta os grandes corredores da cidades sem passar pelo Centro”, diz Ricardo Carvalho