Pedro Ferreira
A temperatura máxima em Belo Horizonte voltou a bater recorde ontem, com os termômetros marcando 36,2°C, segundo o 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A chuva fina e rápida que caiu em poucas áreas da capital no meio da tarde não foi capaz de amenizar a seca e a umidade relativa do ar ficou em 15%. A situação é ainda pior em algumas cidades do interior, como Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, onde foram registraram 42°C ontem. A onda de calor é provocada por uma massa de ar quente e seco que predomina em todo o Brasil.
Belo Horizonte vem atingindo índices elevados de temperatura desde o início da semana. No domingo, os termômetros marcaram 34,9°C e, na terça-feira, atingiram 36°C. Para hoje, a previsão do 5º Distrito de Meteorologia para a capital é de 34°C e umidade de 20%.
De acordo com o meteorologista Claudemir de Azevedo, somente a partir de segunda-feira deve chover no estado. Na Grande BH, o clima seco e os incêndios em vegetação têm prejudicado a qualidade de ar. Ontem, dados da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) apontaram faixas elevadas de concentração de poluentes. Na capital, o Índice de Qualidade do Ar (IQA) foi de 155, considerado inadequado. Em Betim, na Grande BH, o indicador foi pior, de 207. O IQA é considerado bom até 50.
Muitos municípios mineiros padecem com a falta de água, devido ao baixo nível dos reservatórios. Segundo a Copasa, na grande maioria dos rios do estado as vazões registradas em junho e julho são as menores não apenas dos últimos 10 anos, mas, em alguns casos, inferiores aos dados registrados em mais de 100 anos. Em Lagoa Formosa, no Alto Paranaíba, foi decretado racionamento de água e há um cronograma para atender os bairros durante a semana. O fornecimento só ocorre três vezes por semana, das 6h às 18h.
A Copasa, que atende 631 cidades no estado, informou que também há rodízio no abastecimento de água por períodos prolongados em Pará de Minas, no Centro-Oeste. Na cidade, foram perfurados mais de 56 poços profundos, em caráter de emergência, em busca de água subterrânea. Do total, 20 foram produtivos e 19 estão em atividade. Além disso, 24 caminhões-pipa distribuem água tratada.
A situação também é crítica em Entre Rios de Minas, Arcos, Santo Antônio do Monte, São Gonçalo do Sapucaí, Lavras, Rio Paranaíba, Campos Altos, Prata, Igarapé, Barbacena e Espera Feliz, em função da queda acelerada da vazão dos mananciais. Ontem, a Prefeitura de Formiga proibiu a população de lavar carros para economizar. O prefeito Moacir Ribeiro já havia assinado o decreto de calamidade pública, devido à seca na região.