Concessionárias de água em Minas Gerais têm adotado medidas para evitar o desabastecimento que, em algumas cidades, já se tornou realidade pelo menos em bairros em pontos mais altos. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) inicia hoje rodízio para minimizar os transtornos aos moradores da chamada Cidade Alta. A represa que abastece essa área secou e o manancial responsável pelo fornecimento de 50% da água do município conta com 26% da capacidade. Desde 2007 a população juiz-forana não enfrentava uma situação tão crítica. A Copasa, que atende 631 municípios do estado, já adotou sistema de rodízio em Pará de Minas, Região Central, mas somente ontem expediu alerta para 23 cidades que enfrentam desabastecimento parcial. Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, que tem serviço municipal, a possibilidade de racionamento pode ser adotada na próxima semana.
Das 631 cidades atendidas pela companhia estadual, a situação mais critica está concentrada nas regiões Centro-Oeste, Zona da Mata e Sul de Minas, nas cidades de Arcos, Astolfo Dutra, Barbacena, Barroso, Campos Altos, Candeias, Conquista, Igarapé, Itapecerica, Lavras, Luz, Nazareno, São Tiago, São Francisco de Paula, São Gonçalo do Pará, São José da Barra, Santo Antônio do Monte, Ubá e Urucania. A Copasa, além de apelar por um consumo consciente, tem feito manobras para evitar quedas de fornecimento em bairros desses municípios. Ontem, moradores dos bairros Jardim da Glória, Vila Esportiva e Novo Horizonte, em Vespasiano, na Grande BH, fizeram protesto devido a falta de água, mas a estatal informou que se tratou de situação de manutenção isolada, para conter um vazamento na rede.
Em Uberaba, no Triângulo, o Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento suspendeu o fornecimento de água no domingo, como forma de recuperação da capacidade dos 10 reservatórios que abastecem o município. Mesmo assim, ontem um deles voltou a ser fechado. Medidas mais drásticas estão sendo analisadas. Em Formiga e Itapecerica, no Centro-Oeste mineiro, e em Caeté, na Grande BH, as prefeituras estabeleceram regras de consumo, proibindo o desperdício com limpeza de calçadas e veículos, sujeitando infratores a multa.