A chuva chegou de vez a Belo Horizonte e região metropolitana. Mesmo fraquinha, ela veio para aliviar o calor e melhorar a qualidade do ar registrada nos últimos dias. No domingo, BH teve recorde de temperatura. Na manhã desta segunda-feira, segundo o meteorologista Daian Diniz de Carvalho, do Instituto Puc Minas Tempo Clima, a temperatura mínima foi de 20 graus, na Região da Pampulha. A tendência é que o tempo continue instável com precipitação por todo o dia ou pancadas de chuva no fim da tarde.
Ainda de acordo com o meteorologista, além da Grande BH, há previsão de chuva para o Sul de Minas, Triângulo, Zona da Mata e Vale do Rio Doce, quase na divisa com o Espírito Santo. Nessas regiões, as temperaturas não vão baixar tanto, mas há uma mudança em relação ao calor do fim de semana.
Na terça-feira e quarta-feira a chuva deve atingir toda Minas Gerais, com precipitações de curta duração e intensidade moderada. Segundo o meteorologista, com a chegada das águas, a umidade relativa, que ficou perto de 20% em BH e outras cidades mineiras, alcança a casa dos 40%, uma melhora significativa para qualidade do ar.
Saiba como foi o domingo de calor
A “bolha de calor” que está sobre Minas Gerais desde o começo da semana passada levou a mais um recorde de temperatura em Belo Horizonte, com os termômetros alcançando 36,6 graus, maior marca do ano na capital. O recorde histórico na cidade é de 37,1 graus, registrado em outubro de 2012. E para enfrentar tanto calor em pleno domingo, dia de lazer, os belo-horizontinos optaram por roupas leves e muita hidratação à base de água de coco e caldo de cana. No fim da tarde, uma chuva ligeira em algumas regiões da capital aliviou um pouco o calor.
Na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de BH, o bancário Alexandre Júnior da Silva, de 38 anos, e a mulher, a auxiliar administrativa Valéria Barbosa, de 38, estenderam uma canga sobre o gramado, onde deitaram o filho, Achilles Emanuel, de 7 meses, enquanto aproveitavam a brisa no espaço aberto. “Viemos em busca de ar puro para refrescar um pouco. Escolhemos ficar em um lugar próximo à fonte de água potável para mantermos a mamadeira sempre abastecida. Também trouxemos suco de laranja”, disse Alexandre. O sobrinho do casal, Thales Rafael Nunes Barbosa, de 12, aproveitou para tirar a camisa e brincar. “Neste calor, também gosto muito de ir para a casa de meu avô, onde tem horta e muitas árvores. Lá, tomo banho de mangueira e também dou banho nos cachorros.”
Nas praças, as fontes de água eram um oásis para quem queria se hidratar e se refrescar. Molhar o rosto, a cabeça, as mãos e os braços era a solução para quem saiu de casa para caminhar e buscava minimizar os efeitos do dia mais quente do ano. “Buscamos locais com sombra e muito verde. Parece que isso ajuda a afastar o calor”, afirmou a estudante Laura Pimenta da Silva, de 23. Ela e o namorado, que gostam muito de passear nas áreas verdes no entorno da capital, ontem foram para a Praça da Liberdade.
No entorno da Lagoa da Pampulha, quem gosta de se exercitar não abriu mão de pedalar na ciclovia, apesar do sol forte. As barracas de água de coco e de caldo de cana, comuns na região, se tornaram pontos obrigatórios para quem queria se manter hidratado. Por toda a orla, havia filas nas barracas e trailers, fazendo a alegria dos comerciantes. O casal Diego Nascimento Camargos, de 26, e Bruna Dorneles Foureaux, de 19, recorreu à água de coco e aproveitou para dar a bebida ao filho Fernando, de 7 meses.
“Hoje está muito mais quente do que nos últimos dias. O Fernando estava suando muito, de escorrer. Tiramos a camisa dele e viemos para o ar livre”, afirmou Diego. Para o vendedor de água de coco Wilson Werneck, de 57, o calor não trouxe nenhum incômodo. Pelo contrário, pois aumentou seu faturamento. “Vendi 250 cocos”, informou.
Na fila para comprar caldo de cana, o bancário Marcus Paulo Fernandes, de 23, não reclamou da espera até ser atendido. “Não estou com pressa”, disse. Para ele, o ideal ontem seria ficar todo o tempo em uma piscina bem gelada. “Sou muito calorento e hoje está muito quente”, disse.