As medidas necessárias deverão ser cumpridas pela administração municipal e estadual. Entre elas estão previstas a colocação de tapumes nas fachadas frontal e lateral e lona sobre a cobertura, de modo a conter as infiltrações, execução de limpeza do terreno e do seu entorno e escoramento da platibanda (mureta construída na parte mais alta das paredes externas de uma construção, para proteger e ornamentar a fachada central a fim de evitar a sua queda). Caso os responsáveis não realizem as intervenções, será cobrada uma multa diária de mil reais.
De acordo com o laudo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o abandono do casarão propiciou o crescimento de vegetação e entulho no entorno do local. Parte da platibanda da fachada frontal está em ruínas, assim como um pedaço do muro que circunda a edificação. As alvenarias apresentam manchas de umidade, trincas, fissuras e desprendimento do reboco, o que acelera a degradação dos materiais utilizados e a estrutura como um todo. As esquadrias encontram-se danificadas, com trechos apodrecidos, vidros quebrados e desprendimento da moldura que ornamenta o enquadramento dos vãos.
Apesar de intervenções descaracterizantes no decorrer dos anos, o Casarão Alto São José mantém suas características preservadas. Ainda segundo a perícia, a recuperação do imóvel é viável, uma vez que, apesar do seu estado de conservação, a estrutura da edificação permanece sólida e grande parte dos elementos originais ainda existentes é passível de aproveitamento. Conforme o MPMG, em razão do tombamento do patrimônio histórico, o município de Araçuaí recebe repasses financeiros mensais a título de ICMS Cultural. Entre 2009 e 2012, foram repassados R$ 431.002,94.
Museu de percursos
Em 2007, o município de Araçuaí foi definido como uma das três sedes para o Museu de Percursos do Vale do Jequitinhonha. O projeto, de iniciativa do governo do estado de Minas Gerais, tem como objeto a criação e a implantação de unidades museológicas na Região do Vale do Jequitinhonha.
No município de Araçuaí, o museu seria estabelecido no casarão. Segundo o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), os projetos de restauração e adaptação dos imóveis destinados às sedes do museu foram contratados e executados.
Todos esses projetos foram devidamente aprovados e entregues à Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura, com vistas à contratação das obras para sua execução. Essa entrega deu-se em 2009 e, desde então, não houve mais notícias sobre a implantação do museu de percursos, diz o órgão.
Com informações do MPMG.