A Casa da Ópera, no Centro Histórico de Ouro Preto, Região Central de Minas, continua fechada e com situação estrutural precária. O mais antigo teatro em funcionamento das Américas está tomado pelos cupins e não recebe visitantes desde abril, quando o Corpo de Bombeiros determinou a interdição após a queda de uma viga e a constatação de problemas elétricos. Na manhã desta sexta-feira, equipes da Defesa Civil municipal fizeram a quarta vistoria no imóvel e confirmaram uma degradação ainda pior. A Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio, responsável pela conservação, afirma que a obra de reparo será licitada no início do mês de novembro.
Em maio, a prefeitura informou que faria a restauração do teatro, mas até hoje nenhuma intervenção foi feita. Atualmente, três servidores cuidam da Casa da Ópera, trabalhando em uma sala anexa, por causa dos riscos de desabamento dentro do imóvel. Outros funcionários foram remanejados para secretarias municipais, porque com a suspensão de eventos e visitações, ficaram sem função. Durante a Copa do Mundo e o Festival de Inverno de Ouro Preto, turistas tentavam visitar o patrimônio, mas receberam a notícia da interdição.
Os bombeiros emitiram laudo depois que uma viga, comida pelos cupins, quebrou em cima do palco.
A Defesa Civil de Ouro Preto informou que a situação estrutural vem se degradando desde a interdição, mas o órgão só tem a função de vistoriar. O secretário municipal de Cultura e Patrimônio de Ouro Preto, José Alberto Pinheiro, disse que o projeto de reforma da Casa da Ópera está pronto, em processo de revisão das planilhas. O edital para concorrência de empresas interessadas em executar a obra sairá no início de novembro. Segundo Pinheiro, o projeto prevê troca da instalação elétrica com o uso de equipamentos mais modernos, nova iluminação cenográfica e revisão dos itens de prevenção a incêndio.
Inaugurado em 1770, no dia do aniversário do então rei de Portugal, dom João VI, o teatro no Largo do Carmo tem formato de lira, sendo um dos poucos no mundo que recriam o instrumento símbolo do nascimento da ópera. Com a acústica perfeita, foi construído pelo coronel João de Souza Lisboa, com provável projeto arquitetônico de Mateus Garcia, seguindo as linhas do barroco italiano desaparecidas na mudança da fachada em 1861. .