A autoridade de saúde de Viçosa e o prefeito concederam uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira para esclarecer a situação e tranquilizar os moradores. O paciente é um estudante de doutorado em biologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O jovem de 24 anos, que não teve o nome divulgado, participou de um congresso nos Estados Unidos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), durante 15 dias, ele passou pelas cidades de Nova York, Chicago e Dallas. Em um albergue, teve contato com um grupo de pessoas do Senegal, que não apresentavam indícios de doença. Ao retornar a Viçosa, no início da semana, ele apresentava febre alta, dor de garganta e erupções na pele.
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Viçosa, o rapaz deu entrada no Hospital São Sebastião às 16h30 de segunda-feira, onde relatou a viagem aos médicos e o contato com os senegaleses.
Após a análise dos sintomas do rapaz, feita por uma médica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas), com quem o hospital fez contato por telefone, a suspeita de ebola foi descartada. O hospital foi reaberto por volta das 21h30 e o estudante recebeu alta.
“Foi um boato, realmente. Nem a suspeita foi confirmada, porque dentro do ponto de vista epidemiológico de conceito de casos suspeitos, ele não teve contato com um indivíduo doente, com sintomatologia”, explicou o secretário de Saúde de Viçosa, Sérgio Norfino Pinto. “O ebola só é transmitido quando há sintomas. Não podemos dizer que ele foi considerado caso suspeito. A partir do momento em que manifestou preocupação pelo histórico de contato com um africano, ele procurou os sintomas pela internet e procurou o hospital”, explica.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde listou os motivos pelos quais o hospital foi orientado a suspender o isolamento. Segundo a pasta, o paciente não preenche critérios para caso suspeito de ebola, de acordo com o Plano de Contingência do Ministério da Saúde: não é proveniente de países onde está ocorrendo a transmissão (Guiné, Serra Leoa e Libéria), não teve contato e não cuidou de pessoas com suspeita ou com a doença, e nos Estados Unidos e no Senegal não há transmissão do ebola.
Ainda de acordo com o secretário de Saúde de Viçosa, o paciente será acompanhado até a conclusão do diagnóstico. “Não pela suspeita de ebola, porque essa suspeita não existe, mas por seu quadro clínico, que pode ser algo viral ou bacteriano, como rubéola.