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Estado de Minas

Suspeita de ebola em Viçosa é boato, diz Secretaria de Saúde

Paciente de 24 anos viajou para os Estados Unidos e teve contato com senegaleses, mas o grupo não apresentava sintomas da doença. Hospital chegou a ser isolado, mas a hipótese de ebola foi descartada


postado em 28/10/2014 09:37 / atualizado em 28/10/2014 08:44

Moradores da cidade de Viçosa, na Zona da Mata, ficaram apreensivos na tarde de segunda-feira com a informação de que um paciente com suspeita de ebola estava internado no Hospital São Sebastião, que chegou a ficar isolado por quatro horas. No entanto, tratava-se de um alarme falso e a suspeita foi descartada pelas secretarias de Saúde do estado e do município.

A autoridade de saúde de Viçosa e o prefeito concederam uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira para esclarecer a situação e tranquilizar os moradores. O paciente é um estudante de doutorado em biologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O jovem de 24 anos, que não teve o nome divulgado, participou de um congresso nos Estados Unidos. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES), durante 15 dias, ele passou pelas cidades de Nova York, Chicago e Dallas. Em um albergue, teve contato com um grupo de pessoas do Senegal, que não apresentavam indícios de doença. Ao retornar a Viçosa, no início da semana, ele apresentava febre alta, dor de garganta e erupções na pele. 

Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Viçosa, o rapaz deu entrada no Hospital São Sebastião às 16h30 de segunda-feira, onde relatou a viagem aos médicos e o contato com os senegaleses. Imediatamente, a equipe médica comunicou a situação à SES, em Belo Horizonte. A primeira atitude tomada foi o isolamento do paciente e do hospital. Durante quatro horas, a entrada e saída de pessoas da unidade médica foi impedida. Ainda segundo a assessoria, um funcionário do hospital teria publicado a suposta suspeita de ebola em uma rede social, o que espalhou a notícia pela internet. 

Após a análise dos sintomas do rapaz, feita por uma médica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas), com quem o hospital fez contato por telefone, a suspeita de ebola foi descartada. O hospital foi reaberto por volta das 21h30 e o estudante recebeu alta.

“Foi um boato, realmente. Nem a suspeita foi confirmada, porque dentro do ponto de vista epidemiológico de conceito de casos suspeitos, ele não teve contato com um indivíduo doente, com sintomatologia”, explicou o secretário de Saúde de Viçosa, Sérgio Norfino Pinto. “O ebola só é transmitido quando há sintomas. Não podemos dizer que ele foi considerado caso suspeito. A partir do momento em que manifestou preocupação pelo histórico de contato com um africano, ele procurou os sintomas pela internet e procurou o hospital”, explica.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde listou os motivos pelos quais o hospital foi orientado a suspender o isolamento. Segundo a pasta, o paciente não preenche critérios para caso suspeito de ebola, de acordo com o Plano de Contingência do Ministério da Saúde: não é proveniente de países onde está ocorrendo a transmissão (Guiné, Serra Leoa e Libéria), não teve contato e não cuidou de pessoas com suspeita ou com a doença, e nos Estados Unidos e no Senegal não há transmissão do ebola.

Ainda de acordo com o secretário de Saúde de Viçosa, o paciente será acompanhado até a conclusão do diagnóstico. “Não pela suspeita de ebola, porque essa suspeita não existe, mas por seu quadro clínico, que pode ser algo viral ou bacteriano, como rubéola. Se tivéssemos um caso suspeito (de ebola), ele teria sido transferido imediatamente para um hospital de referência em Belo Horizonte”, finaliza.


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