Foi adiado o julgamento da médica Gabriela Ferreira da Costa, integrante do Bando da Degola, grupo acusado de matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A sessão começou por volta de 8h30, mas o representante do Ministério Púbico, promotor Francisco Assis Santiago, pediu o adiamento alegando problemas de saúde. A solicitação foi acatada pelo juiz Glauco Soares do II Tribunal do Júri, que remarcou o júri para dia 31 de março de 2015.
Estavam previstos depoimentos de 10 testemunhas – cinco de acusação e cinco de defesa. Gabriela responde por homicídio, sequestro, cárcere privado, extorsão, associação criminosa e destruição e ocultação de cadáver. A médica, apontada como gerente do Bando da Degola, está solta desde 6 de junho de 2010 depois de um habeas corpus que a tirou do Presídio São Joaquim de Bicas II.
As investigações apontam que Gabriela cuidava pessoalmente da administração das contas e do controle da movimentação financeira do grupo, assistindo ainda a várias sessões de tortura das vítimas. A acusada ainda aguarda a sentença de pronúncia.
Oito pessoas são acusadas de arquitetar o crime, sendo que quatro delas já foram condenadas. O primeiro a ser julgado, em dezembro de 2011, foi o ex-cabo da Polícia Militar (PM) Renato Mozer. Ele foi condenado a 59 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, sequestro, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Em julho de 2013 foi a vez do ex-estudante Arlindo Soares, sentenciado pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A sua pena foi de 44 anos de reclusão.
Frederico Flores, apontado como o líder do bando, sentou no banco dos réus em setembro do ano passado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, extorsão, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado. Mesmo assim, sua sentença foi a menor até agora. O ex-estudante de direito pegou 39 anos de prisão.
Em julho deste ano, o garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea foi condenado a 30 anos de prisão por homicídio qualificado e formação quadrilha. Em setembro, o pastor Sidney Eduardo Beijamin foi condenado a três anos de reclusão em regime aberto por destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. O conselho de sentença absolveu o réu pelos crimes de duplo homicídio, extorsão e cárcere privado.