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Estado de Minas

Julgamento de médica acusada de integrar Bando da Degola é adiado

O juiz Glauco Soares do II Tribunal do Júri acatou pedido de adiamento feito pelo promotor Francisco Assis Santiago


postado em 30/10/2014 09:57 / atualizado em 30/10/2014 10:08

Foi adiado o julgamento da médica Gabriela Ferreira da Costa, integrante do Bando da Degola, grupo acusado de matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A sessão começou por volta de 8h30, mas o representante do Ministério Púbico, promotor Francisco Assis Santiago, pediu o adiamento alegando problemas de saúde. A solicitação foi acatada pelo juiz Glauco Soares do II Tribunal do Júri, que remarcou o júri para dia 31 de março de 2015.

Estavam previstos depoimentos de 10 testemunhas – cinco de acusação e cinco de defesa. Gabriela responde por homicídio, sequestro, cárcere privado, extorsão, associação criminosa e destruição e ocultação de cadáver. A médica, apontada como gerente do Bando da Degola, está solta desde 6 de junho de 2010 depois de um habeas corpus que a tirou do Presídio São Joaquim de Bicas II.

As investigações do crime contra os empresários complicam a situação de Gabriela. Embora a defesa da jovem sustente que todos os atos dela ocorreram sob ameaça e coerção, na lista de atividades da organização, a médica responderia pela emissão de receitas de medicamentos usados para dopar as vítimas, em alguns casos comprados por ela própria. Rayde e Fabiano foram extorquidos, mortos dentro do apartamento e, para dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas.

As investigações apontam que Gabriela cuidava pessoalmente da administração das contas e do controle da movimentação financeira do grupo, assistindo ainda a várias sessões de tortura das vítimas. A acusada ainda aguarda a sentença de pronúncia.

Oito pessoas são acusadas de arquitetar o crime, sendo que quatro delas já foram condenadas. O primeiro a ser julgado, em dezembro de 2011, foi o ex-cabo da Polícia Militar (PM) Renato Mozer. Ele foi condenado a 59 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, sequestro, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Em julho de 2013 foi a vez do ex-estudante Arlindo Soares, sentenciado pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A sua pena foi de 44 anos de reclusão.

Frederico Flores, apontado como o líder do bando, sentou no banco dos réus em setembro do ano passado. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, extorsão, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado. Mesmo assim, sua sentença foi a menor até agora. O ex-estudante de direito pegou 39 anos de prisão.

Em julho deste ano, o garçom norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea foi condenado a 30 anos de prisão por homicídio qualificado e formação quadrilha. Em setembro, o pastor Sidney Eduardo Beijamin foi condenado a três anos de reclusão em regime aberto por destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. O conselho de sentença absolveu o réu pelos crimes de duplo homicídio, extorsão e cárcere privado.


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