A Prefeitura de Belo Horizonte quer abrir o trânsito no Viaduto Montese, elevado sobre a Avenida Pedro I que faz a ligação entre os bairros Itapoã e Santa Branca, na Região da Pampulha, na primeira semana de novembro. Antes, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura vai fazer um teste de carga, cuja modalidade já foi definida, segundo nota da pasta. Mas, de acordo com a secretaria, os detalhes do procedimento que vai testar a resistência do viaduto serão divulgados posteriormente. Parte da avenida chegou a ser interditada em 6 de fevereiro por causa de um deslocamento lateral de 27 centímetros do Montese. E após o desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes sobre a Pedro I, que matou duas pessoas e feriu 23, em julho, o prefeito Marcio Lacerda anunciou que, antes de autorizar a liberação do fluxo de veículos, a prefeitura faria um teste para garantir a estabilidade do elevado.
Segundo a Secretaria de Obras, hoje termina o prazo previsto para a conclusão das obras do Montese. Ainda falta terminar a sinalização viária, iluminação, a retificação do meio-fio e do passeio e o remanejamento de uma adutora da Copasa, conforme comunicado enviado à imprensa. A nota diz que “já está definida a metodologia de execução da prova de carga, que será comunicada oportunamente, e a data de liberação para tráfego está prevista para a primeira semana de novembro”. Apesar de a prefeitura reafirmar o prazo de conclusão das obras para hoje, ontem o buraco ao lado de uma tubulação da Copasa ainda estava aberto.
IMPACTOS Enquanto os carros seguem proibidos de passar por cima do viaduto, a população aguarda a conclusão das intervenções sem saber se acredita no prazo estipulado pela administração municipal. O eletricista Tadeu Antônio da Silva, de 42 anos, afirma que a obra está demorando muito, o que compromete uma solução definitiva de tráfego no entorno da Pedro I. “Espero que esse viaduto sirva para descomplicar um pouco o trânsito, pois a circulação na região é bem confusa”, afirma Tadeu.
A administradora Livia Novaes Duque, de 41, mora há 30 anos nas imediações do viaduto e reclama da demora para a solução das pendências e liberação do tráfego. Mesmo com o fluxo livre, ela diz não vai ter a confiança necessária para transitar sem medo. “Depois do que aconteceu com o outro viaduto, confiança nós não vamos ter nunca mais. Mas vamos ter que arriscar, não teremos outra opção.”
O médico Osnildo Ferreira, de 68, acha que é muito cedo para saber quais serão os reais impactos do Viaduto Montese sobre a circulação de veículos nos bairros Itapoã e Santa Branca. “Temos que esperar para ver como o trânsito vai se comportar. Espero que melhore a travessia da Pedro I. Uma coisa é certa, vou ficar com medo de passar tanto por cima quanto por baixo”, afirma, se referindo à tragédia com o Batalha dos Guararapes. O EM procurou a Cowan, empresa responsável pela construção dos viadutos Montese e Batalha dos Guararapes, mas ninguém foi encontrado para prestar esclarecimentos sobre a abertura do trânsito e o teste de carga que será feito antes da liberação do tráfego.
MEMÓRIA
Nove meses de transtornos
Em 6 de fevereiro, há quase nove meses, uma das rampas de elevação do Viaduto Montese deslocou 27cm, o que levou à interdição do elevado por causa do risco de desabamento.