Jornal Estado de Minas

Rio Verde Grande, um dos afluentes do Rio São Francisco, volta a correr

Jorge Macedo - especial para o EM

Luiz Ribeiro e Luana Cruz

- Foto: Adailton/Divulgação

O Rio Verde Grande, um dos afluentes do Rio São Francisco no Norte de Minas, voltou a correr. O retorno do manancial virou atração. Na manhã de ontem, em clima de festa, dezenas de moradores do município de Jaíba se concentraram junto à ponte sobre o rio, que corta a cidade, para testemunhar a volta da água, que não corria havia três meses. “A cidade foi tomada por um clima de alegria”, afirmou o locutor Adailton Gomes de Souza, morador de Jaíba.

Mas a região ainda sofre com os efeitos de uma das piores secas da história. Conforme Adailton, o leito do Verde Grande ficou tão seco “que foi transformado em estrada para a passagem de motos”. Moradores vinham fazendo orações, pedindo chuva. Por isso, muitos deles agradeceram pela volta da água ao rio, atribuindo o fato às bênçãos dos céus.

A água que corre vem das chuvas dos últimos dias nas cabeceiras do rio, nos municípios de Montes Claros, Juramento e Bocaíuva.

E, apesar da festa, os moradores de Jaíba vão continuar sofrendo com a seca, porque lá o período chuvoso ainda não começou.

Idelmar Pereira da Silva, técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) no projeto de irrigação do Jaíba, informa que os moradores estão na expectativa de que o período chuvoso comece logo. “É importante que chova logo, e por um certo tempo, para que os produtores possam plantar e colher.” Plantios do projeto Jaíba são irrigados com água do Rio São Francisco. Mas, por causa da estiagem e da redução do volume liberado pela Usina Hidrelétrica de Três Marias, desde junho estão suspensos os cultivos no perímetro.

RACIONAMENTO

O pequeno volume de chuvas na Região Centro-Oeste de Minas não foi suficiente para tirar as cidades de Oliveira e Formiga do racionamento. Os municípios investiram em ações de conscientização da população, fiscalização do desperdício e poços artesianos, mas sem desativar os esquemas de interrupção de fornecimento aos consumidores.

Viçosa, na Zona da Mata, também sofre com a estiagem. No final de outubro, o racionamento de água foi ampliado de 12 para 24 horas. O abastecimento estava sendo interrompido em alguns bairros, por escala, desde o último dia 10, e mesmo assim a ação não estava resolvendo o problema.

Outro problema é que determinados locais estavam ficando sem água durante o fornecimento. Isso por causa da baixa pressão nas tubulações da adutora que usa a gravidade para impulsionar a água. Os técnicos, então, passaram a realizar manobras para atender as regiões afetadas.

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