Serão reiniciadas, na manhã desta quinta-feira, no Fórum de Salinas (Norte de Minas), a audiência do processo que envolve o empresário Antonio Eustáquio Rodrigues, de 66 anos, considerado o maior produtor de cachaça artesanal do país, que está preso preventivamente, suspeito de crimes sexuais e tentativa de homicídios contra adolescentes. A audiência movimentou o forum durante todo o dia de ontem, tendo como objetivo ouvir o próprio Rodrigues e as testemunhas de acusação e defesa no caso da acusação de crimes sexuais. Os trabalhos foram encerrados às 18 horas de ontem. Como não deu tempo de ouvir todas as testemunhas, as atividades vão continuar hoje.
Preso desde 12 de agosto, o empresário está recolhido na Penitenciária de Teófilo Otoni. Ontem, ele foi conduzido até Salinas num carro da num carro da Escolta Tática Prisional (Getap). Ontem,a audiência foi iniciada às 9 horas e prosseguiu durante todo o dia. Além de Rodrigues, foram ouvidos conselheiros tutelares, dois menores (um garoto de 14 e uma adolescente de 15 anos) que tinham prestado depoimentos junto à Polícia Civil e ao Ministério Publico, as mães dos adolescentes e as testemunhas de defesa do empresário.
Quinta-feira passada, o “rei da cachaça” - que, entre outras, criou as marcas "Seleta" e "Boazinha", compareceu a uma audiência no Fórum de Salinas que teve como objetivo ouvir testemunhas sobre a denúncia de tentativa de homicídio contra um adolescente. A presença dele provocou tumulto no local. Um grupo de moradores se concentrou na porta do fórum, exibindo cartazes com mensagens de apoio a Antonio Rodrigues e manifestando acreditar que ele é inocente – embora a policia diz que tenha reunido provas dos supostos crimes sexuais contra adolescentes.
ACUSAÇÕES
Em depoimentos ao Ministério Publico Estadual e à Policia Civil, dois adolescentes – uma menina de 15 e um garoto de 14 anos, disseram que o empresário Antonio Rodrigues os convidou para ir ate fazenda dele, no município, onde teria acontecido contato sexual com os menores. A defesa de Rodrigues nega a acusação e argumenta que mesmo que o encontro tenha ocorrido, o fato não configura crime de estupro de vulnerável ou pedofilia, porque os dois adolescentes têm mais de 14 anos. O empresário teve a prisão preventiva decretada porque também pesa contra ele a suspeita de tentativa de homicídio, baseada em um vídeo. Mas a defesa também alega que não há evidência de tentativa de homicídio na filmagem.