A Polícia Civil desvendou um assalto a uma empresa de segurança ocorrido no dia 4 de outubro, na Pampulha. Na ocasião, foram levados mais de R$ 300 mil do Cruzeiro, que disputava uma partida no Mineirão contra o Internacional. Dois homens foram presos suspeitos de participação no crime. Um deles é o responsável pela supervisão de pessoal da empresa e o outro, pastor auxiliar em uma igreja evangélica. Eles foram apresentados pela polícia na manhã desta sexta-feira.
De acordo com a Polícia Civil, o funcionário da empresa de segurança, Deivison Ribeiro Silva, e um colega, saíram com o dinheiro em dois malotes na noite do crime. Ao todo, eram R$ 325.865 mil, obtidos com a venda de ingressos para a partida. Em um carro blindado, eles seguiram para a sede da empresa, onde os malotes seriam guardados e entregues para o gerente administrativo do Cruzeiro no dia seguinte.
No entanto, ao chegarem à garagem, eles foram abordados por um assaltante, que os obrigou a deitar no chão e não reagirem. O outro supervisor que estava com Deivison foi ameaçado com uma arma e tratado com truculência durante o assalto. Obedecendo o criminoso, Deivison entrou no veículo e abriu a porta traseira, do lado do motorista, para que o homem embarcasse. Assim que conseguiu se libertar, a primeira vítima foi procurar ajuda. Deivison disse que foi abandonado em Contagem e chamou a polícia logo em seguida.
INVESTIGAÇÃO O caso foi repassado à Polícia Civil no dia 19 de outubro. Imagens do circuito interno de segurança ajudaram a identificar o outro criminoso e levantar a suspeita de participação de Deivison. Segundo a polícia, o homem não foi tratado com a mesma truculência que a verdadeira vítima. Outro detalhe que chamou a atenção dos investigadores é que o assaltante, posteriormente identificado como Alessandro Afonso da Silva, estava com uma bíblia na mão. Durante a apuração, os investigadores conseguiram ligar Deivison a Alessandro, que é pastor.
De posse dos mandados de prisão, os policiais prenderam a dupla no dia 29. Deivison foi encontrado na BR-040, perto do Bairro Califórnia, e Alessandro no Bairro Coqueiros. Os dois são amigos de infância e trabalharam em outras empresas de transporte onde, por duas vezes, Alessandro teria sido vítima de roubo, o que levanta a suspeita de que os casos possam ter sido golpes como o que aconteceu na Pampulha.
Segundo a polícia, Deivison passou as informações para Alessandro executar o crime e, ao saírem da empresa, ele deixou o comparsa no carro para levar o produto do roubo. Um deles estava montando duas empresas na área de prestação de serviços e uma seguradora.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Talita Martins, parte do valor roubado foi recuperado. São R$ 150 mil em dinheiro, dois veículos adquiridos por eles, no valor de R$ 70 mil. Também foi apurado que Alessandro pagou R$ 100 mil em dívidas de cartões, banco e contas. Em depoimento, ele também revelou ter doado R$ 10 mil para a igreja, mas o pastor disse que o templo recebeu R$ 2 mil. Deivison disse não ter gastado sua parte no roubo, por medo. Indiciados por roubo, ele e o comparsa foram levados para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira.