A Polícia Federal (PF) fechou o cerco a uma quadrilha de bilionária de jogo do bicho, máquinas caça-níqueis e emissão de bilhetes de loteria disfarçados como títulos de capitalização. Os policias cumprem 12 mandados de prisão temporária, 24 mandados de prisão preventiva, 57 mandados de busca e apreensão, 47 mandados de sequestro de valores, sequestro de bens imóveis e de automóveis de luxo.
Em Minas foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, em uma residência e duas empresas, além de um mandado de prisão preventiva, cujo alvo havia viajado para Salvador (BA), onde foi preso. Foram apreendidos documentos e R$ 29 mil em dinheiro. A operação ocorre também em outros 12 estados.
De acordo com a corporação, a organização criminosa operava por meio de loterias estaduais, cujos valores arrecadados eram repassados a entidades filantrópicas de fachada, fazendo com que o dinheiro ilícito retornasse ao grupo, em procedimento suspeito, com fortes indícios de lavagem de dinheiro. Outro “braço” da quadrilha, com sede no estado de São Paulo, era responsável pelo fornecimento de máquinas eletrônicas programáveis (caça-níqueis), tanto para Pernambuco como para outros estados e até para o exterior.
Um terceiro ramo da organização figurava como instituição financeira seguradora de incontáveis bancas de jogo do bicho no Nordeste brasileiro, garantindo o pagamento dos prêmios e promovendo lavagem de dinheiro.
Os investigados podem responder pela prática do crime de contrabando, crime contra o Sistema Financeiro Nacional, jogo de azar e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam o limite de trinta anos.
Cerca de 300 policiais participam das investigações, que estão sendo executadas, simultaneamente, em Pernambuco, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espirito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande de Sul e Minas. Os trabalhos contam com o apoio da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, da Superintendência de Seguros Privados e da Receita Federal.