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Estado de Minas

Tribunal de Justiça cobra explicações sobre saída de ex-delegado para universidade

Geraldo Toledo, que está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, é acusado de matar namorada de 17 anos. Polícia Civil vai apurar se houve irregularidade


postado em 14/11/2014 06:00 / atualizado em 14/11/2014 10:56

O ex-policial foi flagrado por equipe da TV Alterosa ao chegar a uma faculdade de BH: defesa diz que não há irregularidade nas saídas de Toledo (foto: Reprodução TV Alterosa )
O ex-policial foi flagrado por equipe da TV Alterosa ao chegar a uma faculdade de BH: defesa diz que não há irregularidade nas saídas de Toledo (foto: Reprodução TV Alterosa )

A saída provisória do ex-delegado Geraldo do Amaral Toledo, de 41 anos, de uma unidade prisional para ir a uma faculdade será alvo de apurações. Ontem, o desembargador Renato Martins Jacob, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, pediu informações à juíza criminal de Ouro Preto, Região Central, se Toledo, que responde por homicídio da ex-namorada, Amanda Linhares, de 17 anos, naquela cidade no ano passado, foi beneficiado com saída para estudar. O ex-delegado está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil em BH, onde aguarda julgamento. A corporação informou que vai apurar se houve irregularidade na saída do interno.

Geraldo Toledo foi flagrado na quarta-feira por equipe da TV Alterosa quando chegava num polo de uma universidade de educação à distância no Bairro Floresta, Leste da capital. Vestindo roupas comuns e acompanhado de dois homens, acredita-se que policiais civis, ele chegou ao local em uma viatura da corporação, segurando uma espécie de apostila. O detento se manteve no prédio por cerca de três horas, até que foi embora no mesmo veículo, sentado no banco de trás.

O ex-delegado, além de pronunciado pelo assassinato da jovem, com quem mantinha relacionamento, foi expulso da Polícia Civil pelo envolvimento em fraudes ligadas a licenciamento de veículos, quando trabalhava na Delegacia de Trânsito (Detran/MG). Amanda foi atingida com um tiro na cabeça, em abril de 2013, num distrito de Ouro Preto, depois de ter sido vista em companhia do delegado. Geraldo Toledo afirma que ela se matou.

O Tribunal de Justiça, que julga recurso contra a sentença de pronuncia do ex-delegado pelo assassinato de Amanda, informou que o desembargador do caso desconhece qualquer autorização no processo para que Toledo possa sair para estudar. Por meio de nota, a juíza Lúcia de Fátima Albuquerque, que responde pela vara criminal de Ouro Preto, informou que há um requerimento do acusado para as visitas presenciais do curso, mas não há ainda nenhuma autorização nesse sentido.

O advogado Felipe Machado, que representa o ex-delegado, considerou que não há irregularidades nas saídas de seu cliente, a cada seis meses, para prestar exames na faculdade em que cursa história à distância. “Não se trata de benefício. É um direito. A legislação prevê que o interno tem direito ao trabalho e escola”, destacou. Segundo Machado, já existe uma manifestação junto ao Ministério Público e a juíza de Ouro Preto no sentido de que seja garantido o direito de Geraldo Toledo.

Investigação

À tarde, a Polícia Civil informou que existe uma autorização da Justiça de Ouro Preto, com parecer favorável do Ministério Público, para o ex-delegado fazer este curso e que o comparecimento dele ao local acontece apenas em períodos de provas. Pouco antes, o delegado Aci Alves dos Santos, responsável pela Casa de Custódia onde o ex-delegado está preso, disse que Toledo havia saído para um tratamento médico, o que está previsto na lei. Diante dos impasses, a corporação, à noite, se limitou a informar que investigação será aberta.


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