Maria das Virgens procurou o 2º Departamento de Polícia Civil de Contagem para confessar a morte do marido Eurípedes Cruvinel. Desde o crime, há quatro anos, ela vem sendo ameaçada e chantageada por um grupo de pessoas, que conseguiu arrancar dinheiro da mulher. Ela vendeu casa e móveis para pagar o silêncio dessas pessoas. A polícia não deu detalhes sobre essas chantagens.
A polícia chegou a duvidar da história contada por Maria das Virgens, porque a mulher passa por tratamentos psiquiátricos.
Assim, uma equipe da delegacia foi até o imóvel onde morou o casal, no Bairro São Luís, para procurar o corpo de Eurípedes. Com apoio do Corpo de Bombeiros, os policiais encontraram a ossada no local apontado por Maria das Virgens.
O crime
A assassina contou que viveu em paz com Eurípedes por muito tempo. O casal e o filho mais novo de Maria, fruto de outro casamento, comandavam um ferro velho na região. Eurípedes sempre foi uma pessoa tranquila, mas mudou de comportamento quando recebeu uma carta comunicando que tinha uma filha fora do casamento. Desesperado por dinheiro, ele pediu para Maria vender a casa porque precisaria de R$ 80 mil.
O relacionamento começou a mudar e ficou pior quando Eurípedes descobriu que o filho mais velho de Maria estava com um relacionamento extra-conjugal. O padrasto começou a ameaçar e chantagear o enteado. O filho mais novo descobriu a trama, o que terminou em briga. No dia da confusão, Maria tentou intervir no tumulto entre Eurípese e os filhos e acabou acertando o marido com uma marretada.
A mulher acertou outros golpes na vítima até matar.
Investigações
Depois da confissão de Maria à polícia, os investigadores levantaram todo histórico da mulher. Aos poucos ela foi contando sobre vários períodos da vida e acabou revelando outro assassinato. Maria matou a tiros, em 1988, o marido que era policial militar da Cavalaria. Osvaldo Antônio Oliveira foi morto a tiros com a própria arma. O corpo nunca foi encontrado. A polícia ainda apura mais informações sobre a mulher, pois ela teve um primeiro marido. Segundo Maria, o homem morreu de depressão. Maria não ficará presa porque está colaborando com as investigações.