Jornal Estado de Minas

Mulher confessa assasinatos de dois maridos, um deles policial militar

Um dos crimes aconteceu há quatro anos. O homem foi morto a marretadas e enterrado no quintal de casal. O outro homicídio foi na década de 1980. O militar da Cavalaria foi assassinato a tiros

Andréa Silva Luana Cruz
Uma mulher de 60 anos, que já foi casada três vezes, procurou a Polícia Civil para confessar o assassinato do último marido, morto há quatros anos, em Contagem, na Região Metropolitana.
A mulher, com ajuda de um filho, matou a marretadas e enterrou o corpo da vítima no quintal de casa. A polícia acabou descobrindo, durante as investigações, que ela também é autora do homicídio de outro companheiro, com quem viveu na década de 1980.

Maria das Virgens procurou o 2º Departamento de Polícia Civil de Contagem para confessar a morte do marido Eurípedes  Cruvinel. Desde o crime, há quatro anos, ela vem sendo ameaçada e chantageada por um grupo de pessoas, que conseguiu arrancar dinheiro da mulher. Ela vendeu casa e móveis para pagar o silêncio dessas pessoas. A polícia não deu detalhes sobre essas chantagens.

A polícia chegou a duvidar da história contada por Maria das Virgens, porque a mulher passa por tratamentos psiquiátricos.
Somente nessa segunda-feira, a corporação resolveu ouvi-la oficialmente, na Delegacia de Homicídios de Contagem, para apurar o caso. Os investigadores perceberam que Maria das Virgens não entrava em contradição no relato do homicídio, confirmando que a história é verdadeira.

Assim, uma equipe da delegacia foi até o imóvel onde morou o casal, no Bairro São Luís, para procurar o corpo de Eurípedes. Com apoio do Corpo de Bombeiros, os policiais encontraram a ossada no local apontado por Maria das Virgens.

O crime

A assassina contou que viveu em paz com Eurípedes por muito tempo. O casal e o filho mais novo de Maria, fruto de outro casamento, comandavam um ferro velho na região. Eurípedes sempre foi uma pessoa tranquila, mas mudou de comportamento quando recebeu uma carta comunicando que tinha uma filha fora do casamento. Desesperado por dinheiro, ele pediu para Maria vender a casa porque precisaria de R$ 80 mil.

O relacionamento começou a mudar e ficou pior quando Eurípedes descobriu que o filho mais velho de Maria estava com um relacionamento extra-conjugal. O padrasto começou a ameaçar e chantagear o enteado. O filho mais novo descobriu a trama, o que terminou em briga. No dia da confusão, Maria tentou intervir no tumulto entre Eurípese e os filhos e acabou acertando o marido com uma marretada.

A mulher acertou outros golpes na vítima até matar.
Com ajuda de um dos filhos, arrastou o corpo em um cobertor e enterrou em uma cova no quintal, local onde os policiais encontraram a ossada hoje. Maria pode responder sozinha pelo crime, porque o filho que ajudou no assassinato morreu em acidente de carro.

Investigações


Depois da confissão de Maria à polícia, os investigadores levantaram todo histórico da mulher. Aos poucos ela foi contando sobre vários períodos da vida e acabou revelando outro assassinato. Maria matou a tiros, em 1988, o marido que era policial militar da Cavalaria. Osvaldo Antônio Oliveira foi morto a tiros com a própria arma. O corpo nunca foi encontrado. A polícia ainda apura mais informações sobre a mulher, pois ela teve um primeiro marido. Segundo Maria, o homem morreu de depressão. Maria não ficará presa porque está colaborando com as investigações.
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