Elas se tornaram celebridades, chamam a atenção e fazem o maior sucesso pelas ruas e avenidas da região Centro-Sul. Karen Cristina dos Santos Ribeiro, de 18 anos, Viviane Patrícia da Cruz de Souza e Sinália Pedroso Ramos, ambas com 33 anos, são as primeiras coletoras de resíduos de varrição a trabalhar em um caminhão de limpeza urbana em Belo Horizonte. Homens e mulheres tiram fotos, acenam e mandam mensagens de apoio. Sem se descuidar das tarefas nem perder o equilíbrio, as três garis sempre encontram um jeito de retribuir com sorrisos ou acenos o carinho dos incentivadores. As funcionárias integram o quadro de empregados da KTM Engenharia, prestadora de serviços da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).
Viviane é casada e mãe dois meninos – um de 4 e outro de 8 anos –, além de uma garota de 14. Há mais de dois anos na varrição, ela procurava uma ocupação diferente. Descobriu que havia vaga para o caminhão e logo se animou. “No início, a gente pensa que não é capaz, mas se um saco de lixo está muito pesado, juntas nós o carregamos”, conta.
A mais nova da turma é Karen. Antes de ingressar na limpeza urbana, a jovem foi atendente de telemarketing, auxiliar de caixa em um shopping e demonstradora de café italiano. “Hoje me sinto uma artista. Quando o caminhão para próximo a um ônibus, todos ficam olhando, mandando beijo e querendo uma foto”, comemora. “Minha mãe é que se preocupa um pouco, pedindo que eu tome bastante cuidado”, lembra. Outro lado descontraído do serviço são as piadinhas que ouve com frequência, como “quero uma vaga nessa empresa”, “me jogue no lixo” e “agora até eu corro atrás de caminhão”, entre muitas outras.
Cuidados
José Ataíde de Souza, de 47 anos, é o condutor do veículo que recolhe os resíduos de varrição. Motorista de caminhão há 26 anos, ele foi escolhido para trabalhar com as coletoras em virtude de seu perfil calmo e cauteloso. “Geralmente, sou escalado para orientar os garis que estão começando na função, por isso procuro dirigir devagar, sem arrancadas ou freadas bruscas”, esclarece.
O superintendente da SLU, Vítor Valverde, elogiou o profissionalismo e a determinação das coletoras. “A mulher conquistou espaço no mercado de trabalho e todas elas, especialmente nossas colaboradoras, nos honram pela competência, ética e busca constante pelo aprimoramento dos serviços prestados”, enfatiza..