(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Impasses impedem reconstrução da Capela de Santana em Mariana

A igreja foi desmontada no início dos anos 1970 por se encontrar em estado precário de conservação e depois de exigência do MP, as peças foram devolvidas à comunidade. No entanto, mesmo com ordem judicial, a capela continua em ruínas


postado em 22/11/2014 15:33 / atualizado em 22/11/2014 15:50

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Mais um patrimônio mineiro pede socorro no interior do estado. A situação precária da Capela de Nossa Senhora de Santana do Morro do Gogô, de 1712, mais conhecida como Capela de Santana, foi discutida esta semana em audiência pública na cidade de Mariana, região central. A reconstrução da igreja já foi determina pela Justiça há mais de dois anos, no entanto o imóvel ainda está completamente degradado. Impasses impedem a reconstrução.

Edificada no século 18, a igreja foi desmontada no início dos anos 1970 por se encontrar em estado precário de conservação. A estrutura barroca era composta de peças de madeira e pedra de cantaria, e o acervo foi cedido para a empreiteira Mendes Junior. Após mobilização dos moradores e intervenção do Ministério Público, as peças foram devolvidas à comunidade. No entanto, a reconstrução desse patrimônio histórico ainda não foi concretizada. No Morro de Santana, onde ficava a capela, existem apenas ruínas atualmente. O acervo do templo católico ficou guardado quatro anos no Centro Cultural Arquidiocesano Dom Frei Manoel da Cruz, antigo Palácio dos Bispos, e no almoxarifado da Executivo municipal.

Os representantes da comunidade cobram uma solução rápida para o caso, que já se arrasta há anos. Muitos estiveram presentes na audiência pública realizada pela deputada Luzia Ferreira (PPS). Segundo o pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus, Luiz Cláudio Vieira, a Arquidiocese de Mariana é favorável à reconstrução da capela. “Nós nos preocupamos com atos de vandalismo, que já motivaram inclusive a retirada das peças do local no passado”, afirmou. Ele disse entender o desejo de reconstruir a igreja no Morro de Santana, mas enfatizou que é preciso considerar os critérios legais e a dificuldade de acesso ao local, que fica a cerca de 5 quilômetros do centro da cidade.

Na reunião, integrantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) ressaltaram que a reconstrução da Capela de Santana depende de diversas questões técnicas.

Uma delas que o Sítio Arqueológico do Gogô, como também é conhecido o local onde ficava a igreja, conta com três níveis de proteção: tombamento municipal, registro como sítio arqueológico nacional e tombamento federal (ainda não concluído). Outro fator é que ainda existem ruínas da capela no local e isso tem que ser considerado, pois elas também têm valor histórico. Um terceiro aspecto é que a reconstrução exigira a recuperação de estruturas que já foram perdidas, o que dificultaria o trabalho. Para não esbarrar nesses fatores, o ideal seria que o Iphan reconhecesse a capela como patrimônio imaterial, depois de solicitação da comunidade. Mesmo assim, ainda há um impasse sobre a reconstrução da igreja.

A deputada Luzia Ferreira sugeriu que seja realizada uma reunião de trabalho, com a participação da prefeitura, da comunidade e todos os interessados, para discutir esses impasses e dar prosseguimento às negociações sobre a reconstrução da igreja. “É uma situação que já se arrasta há muitos anos”, disse. A reconstituição da igreja é importante para a conservação de nosso patrimônio histórico e religioso”, completou. Segundo a parlamentar, não há sentido em trazer as peças de volta para Mariana e não reconstruir a igreja.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)