Jornal Estado de Minas

Obra em casa que desabou em BH não teve acompanhamento de engenheiro

Os escombros destruíram outras duas casas e atingiu um terceiro imóvel que foi interditado. Um morador ficou levemente ferido e foi levado para um hospital

João Henrique do Vale
Três casas foram atingidas pelos escombros. Uma pessoa acabou ferida - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press

A falta de acompanhamento de um engenheiro é apontada pela Defesa Civil de Belo Horizonte como uma das possíveis causas para o desabamento de um imóvel no Bairro Jardim São José, na Região Noroeste. Os escombros atingiram outras duas casas, que ficaram totalmente destruídas, e um terceiro imóvel que teve de ser interditado. Ao todo, 17 pessoas tiveram de deixar as residências. Uma pessoa ficou levemente ferida e foi socorrida para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

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O acidente aconteceu na Rua Cenáculo, próximo ao cruzamento com a Rua Davi Rabelo, no número 152. O terreno possui cinco residências. Os moradores do primeiro imóvel, que fica na frente do lote, fizeram a construção de um segundo pavimento. No fim da manhã desta segunda-feira, a estrutura não aguentou o peso e desabou.
“Houve o rompimento dos pilares de sustentação e a vistoria constatou que houve falhas na fundação do imóvel que está sendo construído. Isso causou o sobrepeso em um dos pilares e por isso o desabamento”, afirmou o agente de proteção da Defesa Civil, Marcos Vinícius Vitório.

A obra estava sendo feita por um pedreiro particular e sem o acompanhamento de um engenheiro responsável. O operário esteve no local depois do acidente e informou não saber as causas do desabamento. Segundo ele, a obra estava sendo feita corretamente e somente a perícia poderá indicar o que provocou a queda.

Susto

O imóvel de dois andares pertence a Sônia Aparecida da Silva, de 55 anos. Ela morava no pavimento debaixo enquanto um dos filhos no segundo andar. No fim da manhã, a estrutura desabou e atingiu os imóveis vizinhos. Apenas um morador acabou atingido pelos escombros e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

O jovem Rafael Tiago Fernando da Silva, de 24, filho de Sônia, lamentou a queda. Ele morava há um mês na nova estrutura. “Juntei dinheiro para fazer a construção e até peguei emprestado com meus familiares. Paguei R$ 170 mil com material e R$ 45 mil com a mão de obra.
Não sei o que vou fazer agora”, comentou.

O outro filho de Sônia, Daniel Leonardo da Silva, de 34 anos, afirma que por pouco não foi atingido. “Eu estava na parte de baixo do imóvel e acordei assustado, pois minha mãe costuma me chamar por volta das 11h. Quando sai para conversar com minha mãe, aconteceu o desabamento”, disse. Ele perdeu 20 passarinhos que morreram soterrados. O cão do morador foi resgatado nos escombros pelos bombeiros.

Uma das vizinhas que não teve a casa atingida vai deixar o imóvel mesmo com a alegação da Defesa Civil de que a estrutura está segura. Doriana Geórgia Ribeiro, de 44, se diz com medo da casa desabar com a chuva. Ela agradeceu que nada aconteceu com os familiares. “Estava esquentando almoço para os meus filhos quando tudo desabou.
Deus colocou a mão e não aconteceu nada com a gente. Era para todos terem morrido”, contou. .