Jornal Estado de Minas

PF prende seis pessoas em MG em operação contra o tráfico internacional de drogas

Outras sete pessoas foram presas em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Entre os detidos estão o líder da facção criminosa e um homem que participou do assalto ao Banco Central, em 2005

João Henrique do Vale
A operação da Polícia Federal (PF) para desarticular uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas já prendeu 13 pessoas nesta terça-feira.
Em Minas Gerais, seis mandados de prisão foram cumpridos. A ação, chamada de Operação Krull, também acontece em Mato Grosso do Sul, Goiás e São Paulo. A organização, uma das responsáveis por distribuir entorpecentes para o Primeiro Comando da Capital (PCC), vendia aproximadamente meio tonelada de cocaína por mês no Brasil. Carros de luxos, dinheiro e armas foram apreendidos.

Desde o início da manhã desta terça-feira, cerca de 100 policiais federais começaram a cumprir os mandados. Dos 16 mandados de prisão, 13 foram cumpridos até as 14h, além de todos os 15 de apreensão. Entre os presos na operação está o principal alvo da PF.
O homem, que não teve o nome divulgado, estava preso desde abril deste ano. “Ele foi um dos maiores fornecedores de cocaína para o PCC. Conseguimos prendê-lo quando ele ajudava na receptação de uma carga de droga em Juiz de Fora (Zona da Mata). Agora, cumprimos o mandado e fizemos a oitiva”, explica o delegado André Gebrim Vieira da Silva, executor da operação.

Além do alvo, outros três mandados para homens presos foram cumpridos em Minas Gerais, dois na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e outro em um presídio de Juiz de Fora. Outros dois homens que ainda não estavam encarcerados também acabaram presos no estado. As outras prisões ocorreram em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Outra prisão importante na ação foi de um homem que participou do assalto ao Banco Central de Fortaleza em 2005, considerado o maior roubo da história do país. Na ocasião, os criminosos conseguiram fugir com mais de R$ 160 milhões.

Durante as buscas pelos criminosos, a polícia apreendeu bens da quadrilha. “Conseguimos sequestrar bens da organização como 15 carros de luxos e R$ 25 mil. Vale lembrar que durante as investigações conseguimos apreender mais de um milhão e trezentos mil reais. Duas armas também foram encontradas hoje”, comenta Gebrim.

Investigações

O grupo começou a ser investigado há um ano e meio.
Segundo a PF, a quadrilha comprava a cocaína na Bolívia e trazia para o Brasil em aeronaves, usando pistas de pouso localizadas nas divisas entre Minas e Goiás, ou por terra, entrando no Brasil pela cidade de Corumbá (MS). “No início, o grupo alugava aeronaves para fazer o transporte. Mas, com o passar do tempo, conseguiram angariar dinheiro e compraram os próprios aviões. Um deles, inclusive, pegou fogo e explodiu na Bolívia”, comenta o delegado.

Conforme as investigações, a droga era armazenada e transportada posteriormente em veículos com compartimentos ocultos até os compradores finais em São Paulo e Rio de Janeiro. O pagamento era feito por envio ou coleta de dinheiro, em reais ou dólares, depósitos em contas bancárias próprias ou de terceiros, ou, ainda, por remessa de dólares por meio de casas de câmbio.

Os presos durante a ação responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e organização criminosa, que pode resultar em até 23 anos de prisão. Pelo menos duas pessoas ainda são procuradas, entre elas um dos pilotos da quadrilha. .