A história mineira contada por meio de seu mais precioso metal, o ouro. Essa é a proposta do livro Ouro de Minas – 300 anos de história, lançado ontem à noite na livraria do Palácio das Artes, no Centro de Belo Horizonte. A publicação é fruto de série especial de reportagens do Estado de Minas, publicada em 2005, sobre o destino da riqueza extraída no estado durante o Ciclo do Ouro.
O diretor-geral do EM, Édison Zenóbio, falou da importância da obra para a cultura mineira. “O livro, em si, retrata a nossa cultura, a nossa história. O primeiro episódio foca a Inconfidência Mineira. E tem alguma coisa mais rica que a Inconfidência Mineira para a história de Minas?” Zenóbio considerou ainda que é uma publicação para fazer parte do acervo de toda as bibliotecas do estado. “Essa iniciativa demonstra a preocupação que o Estado de Minas tem com a cultura do estado. E a gente sente que, cada vez mais, trazemos os valores de nossa cultura para nosso povo”.
Ouro de Minas – 300 anos de história foi produzido pela Lucca Comunicação e Cultura, editado pela Empresa das Artes e patrocinado pela AngloGold Ashanti e Ministério da Cultura.
O gerente-geral de finanças da AngloGold Ashanti, Agostinho Tibério da Costa Marques, destacou a parceria do grupo na publicação. “Para nós da AngloGold Ashanti é uma honra participar dessa iniciativa junto com o jornal Estado de Minas, com patrocínio do Ministério da Cultura. Enfim, a história de nossa empresa começa nos idos de 1834. E ela faz parte, então, dessa história do ouro, que está sendo contada neste livro, e que é tão relevante para o estado e para o próprio país. É uma publicação tão importante que vem, no fundo, exaltar a cultura e memória das pessoas de Minas.”
O livro explica os destinos do ouro pelo mundo, detalhando as trilhas que ele percorreu carregado por escravos, mulas e carros de boi e navios, das montanhas para o além-mar. Os autores convidam o leitor a redescobrir esses caminhos e a mergulhar no período histórico tão importante para a formação da cultura brasileira. A obra chama a atenção para a complexa relação senhores-escravos no Sudeste e, especialmente, em Minas Gerais.
Destaca também o papel fundamental do ouro na urbanização brasileira. A busca do valioso metal impulsionou a criação das primeiras vilas mineiras – Ouro Preto, Mariana, Sabará e São João del-Rei – e despertou vocações na indústria, tanto na siderurgia quanto na tecelagem, por exemplo.