Em 13 dias, dois comerciantes chineses tiveram suas residências arrombadas e mais de R$ 500 mil roubados no Centro de Belo Horizonte. No último ataque, R$ 200 mil foram levados. O hábito de guardar grandes quantias de dinheiro em casa, em vez de usar o serviço dos bancos brasileiros, tornou esses lojistas alvos fáceis de quadrilhas como as que roubaram várias casas em São Paulo pertencentes a imigrantes da China. Filho de Cheng King Chun, de 75 anos, o primeiro empresário roubado, o encarregado de transportes Paul Jackson Cheng, de 39, vê similaridades nos dois crimes e teme que uma quadrilha especializada em roubar chineses possa estar agindo em Belo Horizonte. “Os dois crimes foram muito parecidos. Entraram nos apartamentos, arrombaram os cofres sem chamar a atenção dos vizinhos e depois saíram sem que ninguém percebesse nada”, disse. Os dois crimes são investigados pela Polícia Civil, mas ninguém foi preso ainda, apesar de o sistema de vídeo dos dois edifícios ter registrado imagens de suspeitos.
Na noite de quinta-feira, o apartamento de Nengyou Chen, de 31 anos, teve uma das janelas quebradas e foi invadido. Os ladrões levaram dinheiro e joias que estavam dentro de um cofre. O imóvel, na Rua dos Tupinambás, hipercentro de BH, tinha um apartamento vizinho para alugar, que recebia muitos interessados, o que leva a Polícia Civil a suspeitar que uma dessas pessoas possa ter participado do crime.
REAL, DÓLARES E JOIAS
No dia 15 deste mês, ladrões haviam arrombado no meio da tarde o apartamento do pai do encarregado de transportes, na Avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Do cofre que estava em um quarto foram levados R$ 350 mil em notas de real, dólares e joias. O empresário mora com a mulher e uma cunhada, que foi a última a sair de casa para trabalhar, por volta do meio-dia. Às 14h30, o proprietário retornou e encontrou a porta arrombada e a casa revirada.
De acordo com o chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil, delegado Ramon Sandoli, os dois crimes estão sendo investigados, mas ainda é cedo para se afirmar que tenham relação ou que uma quadrilha nos moldes da que estava aterrorizando chineses em São Paulo possa estar agindo também em BH.