No interior de Minas, os atendimentos estão divididos nas cidades de Alfenas, Barbacena, Juiz de Fora, Muriaé, Pedro Leopoldo, Uberaba, Uberlândia e Viçosa . Na capital, os dois postos montados estão na região hospitalar, em unidades da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital das Clínicas da UFMG. Os pacientes passarão por exames e, nos casos confirmados de câncer de pele, haverá encaminhamento para diagnóstico complementar e tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A médica dermatologista que coordena a campanha deste ano em Minas, Dulcilea Ferraz Rodrigues, explica que cerca de 60% das pessoas que participaram em 2013 afirmaram que ainda não usavam filtro no contato com os raios solares. “É importante lembrar que quanto mais rápido for o diagnóstico, mais fácil é o tratamento”, diz a médica. Ela lembra que quem for aos postos da campanha vai receber orientações sobre as formas de se proteger do Sol, que não contemplam apenas o uso de filtro.
Os principais fatores de risco são pele, cabelos e olhos claros, além de sardas, principalmente no rosto e nos ombros, pintas espalhadas pelo corpo, histórico familiar e queimaduras solares. Basicamente, a doença se divide em dois grupos. A maioria dos casos é de não melanoma, tipo mais frequente, menos agressivo e de crescimento mais demorado. O melanoma é a outra possibilidade, que aparece com frequência menor, porém é mais grave e há possibilidade maior de se espalhar para outras partes do corpo.
MELANOMA O engenheiro civil Rodrigo Campello, de 67 anos, tem problemas de pele frequentes e já foi acometido pelo tipo não melanoma. Há oito anos ele fez a primeira biópsia de caroço extraído do rosto e ficou constatado o câncer, mas a retirada do tecido resolveu o problema. Há cinco meses ele fez nova biópsia e não foi diagnosticado nenhum tipo de câncer.
Rodrigo reconhece que precisa melhorar em alguns cuidados. “Minha família tem pele muito clara e é propensa a problemas. Trabalho sempre exposto ao Sol e ainda não criei o hábito do protetor solar diariamente. Uma falha que preciso corrigir.” Depois de constatado o câncer, ele conta que vai ao médico dermatologista pelo menos duas vezes por ano. “Mesmo sabendo que a doença foi retirada, é uma notícia que te faz aumentar os cuidados. A ida ao médico tem que ser constante”, completa.
Quadro da doença melhora no Brasil
O número de pessoas com câncer no Brasil caiu na última década, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os tipos de câncer que mais levam à morte no Brasil continuam sendo os de traqueia, brônquio e pulmão; estômago, cólon e reto (conhecido por câncer de intestino), próstata, mama, além de câncer de colo de útero. Estômago foi o que apresentou a maior diminuição na variação percentual anual de 2003 a 2012 no Brasil: queda de 2,95% entre os homens e de 2,49% entre as mulheres.
Essa redução se deve à melhoria nas condições de saneamento básico e conservação de alimentos no país. Os avanços na cobertura de saneamento reduziram a prevalência de infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H pylori), maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de estômago. O aumento do uso de refrigeradores permitiu uma melhor conservação alimentar e a disponibilidade e consumo de produtos frescos, como frutas e hortaliças (legumes e verduras), e reduziu a necessidade do uso de sal, particularmente de alimentos conservados.
NEGATIVA O câncer da mama apresentou variação percentual anual na década próxima da estabilidade (-0,01%), enquanto a variação foi negativa para o câncer de próstata (-0,39%) e colo do útero (-1,62%). Nos três casos, as reduções poderiam ter sido mais significativas caso não houvesse a discrepância nas estatísticas das regiões Norte e Nordeste. Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste verificou-se, por exemplo, uma diminuição de mais de 3% ao ano nas taxas de mortalidade por câncer de colo do útero.
Entre os tipos de câncer de maior mortalidade, o de intestino foi o único que apresentou aumento na variação percentual anual de 2003 a 2012 para os dois sexos: %2b1,64 entre os homens e %2b0,37% entre as mulheres. O principal motivo para elevação das taxas, segundo os técnicos do INCA, é o aumento da obesidade na população brasileira.
Câncer de pulmão apresentou uma diminuição na variação percentual anual entre os homens de 1,65% e aumento entre as mulheres de 1,47%.
A campanha em Minas
Locais que vão receber pacientes para diagnóstico do câncer de pele em MG hoje das 9h às 15h:
Alfenas
Ambulatório Municipal
Dr. Plínio Do Prado Coutinho
Praça Dr. Fausto Monteiro, 347, Centro
Informações: (35) 3698-1751.
Barbacena
Faculdade de Medicina de Barbacena
Praça dos Andradas, sem número, Centro
Informações: (32) 9975-5680
Belo Horizonte
Clínica Dermatológica da Santa Casa de Belo Horizonte
Rua Domingos Vieira, 416, Bairro Santa Efigênia
Informações: (31) 3286-8079
Serviço de dermatologia do Hospital das Clínicas da UFMG
Alameda Álvaro Celso, 55, Bairro Santa Efigênia
Informações: (31) 3409-9560
Juiz de Fora
Centro de Atendimento de Saúde do Hospital Universitário da UFJF – Unidade Dom Bosco
Avenida Eugênio do Nascimento, sem número, Bairro Dom Bosco
Informações: (32) 4009-5342
Muriaé
Hospital do Câncer de Muriaé
Praça João Pinheiro, s/n, Centro
Informações: (32) 3729-7015
Pedro Leopoldo
Centro de Especialidades Médicas Dr. Ibrahim Hissa
Rua Vinte Sete de Setembro, 20, Centro
Informações: (31) 3662-7337 ou 3712-1759
Uberaba
Serviço de Dermatologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Avenida Getúlio Guaritá, 330, Bairro Abadia
Informações: (34) 3318-5000
Uberlândia
Serviço de Dermatologia do HC da Universidade Federal de Uberlândia
Avenida Pará, 1720, Bairro Umuarama
Informações: (34) 3218-2246
Viçosa
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Viçosa
Rua José dos Santos, 120, segundo andar, Centro
Informações: (31) 3891-4488
Sinais do câncer de pele
1 - Lesões na pele de aparência elevada e brilhante, translúcidas, avermelhadas, castanhas, róseas ou com mais de uma cor
2 - Pinta preta ou castanha que muda a cor. Fica irregular nas bordas e cresce de tamanho
3 - Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer, apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento..