Mariana e Sabará – Madeiras e telhas seculares, paredes de adobe e conjuntos arquitetônicos preciosos pedem socorro em Minas. Bens tombados de cidades que contam a história do estado e do desenvolvimento do Brasil cedem à ação do tempo e à falta de manutenção e reforma. E têm pela frente mais um desafio. Longe de serem restaurados, precisam vencer a temporada chuvosa, até março de 2015. O problema é que, em parte dos casos, igrejas, casarões, teatros, sobrados e outros imóveis de arquitetura barroca, rococó e neoclássica já beiram o colapso e lutam para não se transformar em ruínas. Levantamento feito pelo Estado de Minas em seis cidades históricas do estado mostra a dimensão do problema. São pelo menos 50 imóveis em estágio de degradação em Sabará, Santa Luzia, Mariana, Ouro Preto, São João del-Rei e Oliveira.
Em laudo elaborado em 29 de setembro, a Defesa Civil atestou que o imóvel põe em risco a integridade física dos funcionários e visitantes e deve ser desocupado. Até agora, 50% dos serviços municipais já foram transferidos.
IGREJA SEM TETO Em Mariana, há cerca de três meses, parte do teto da torre direita da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, no distrito de Camargos, caiu e um buraco expõe as paredes à água da chuva. Assim como outras matrizes do município de Mariana, datadas dos séculos 18 e 19, o templo está bastante danificado. De acordo com a chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Mariana, Isabel Niconielo, o órgão emitirá um parecer à paróquia para que seja providenciada cobertura com lona, por causa do período chuvoso.
Na sede do município, a Casa do Conde de Assumar já viu suas paredes de adobe trincarem e até mesmo desmoronarem por falta de manutenção. O telhado está cedendo e o piso de madeira, praticamente destruído. Há um ano, o Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG, recomendou à prefeitura a elaboração de um projeto para obras emergenciais, com execução imediata. Mas o imóvel está em avançado estágio de degradação.