Mais um triste episódio da rivalidade entre torcedores do Atlético e do Cruzeiro na semana em que as duas equipes se enfrentaram pela disputa do título da Copa do Brasil, conquistado pelo Galo, e que o time celeste se consagrou vencedor do Campeonato Brasileiro. A estátua do escritor Roberto Drummond, na Praça da Savassi, amanheceu pichada. Vândalos pintaram de azul os olhos do autor de “Hilda Furacão”, “Sangue de Coca Cola” e outras obras importantes da literatura brasileira. Roberto era um torcedor apaixonado do Atlético e morreu de infarto em 2002, no dia em que o Brasil enfrentava a Seleção da Inglaterra pela Copa do Mundo.
A Polícia Militar (PM) esteve no local e registrou um boletim de ocorrência, que será encaminhado à Delegacia Seccional Sul, a quem caberá a investigação para identificar os responsáveis pelo ato de vandalismo. Em princípio, ele é atribuído a torcedores cruzeirenses, uma vez que o escritor é considerado um símbolo da paixão do atleticano por seu time.
No trecho de uma de suas crônicas publicadas no Estado de Minas, ao exaltar o amor incondicional do atleticano, Drummond escreveu que “se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento. O texto se tornou uma espécie de mantra dos atleticanos ao longo dos anos.
VANDALISMO REPETIDO O ataque à escultura de Roberto Drummond é o mais recente ato de vandalismo contra monumentos públicos em Belo Horizonte. Em 17 de outubro, a menos de 50 metros da sede do Comando Geral da Polícia Militar, na Praça da Liberdade, vândalos picharam as esculturas dos escritores Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino, na entrada da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Na ocasião, a PM prometeu aumentar a prevenção e a vigilância sobre as gangues de pichadores que agem na capital.