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Estado de Minas

Ação de voluntários garante a sobrevivência de gatos abandonados


postado em 30/11/2014 06:00 / atualizado em 30/11/2014 07:49

Edwiges alimenta os gatos que moram na Fafich, na UFMG, todos os dias: ação voluntária garante sobrevivência dos bichanos(foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)
Edwiges alimenta os gatos que moram na Fafich, na UFMG, todos os dias: ação voluntária garante sobrevivência dos bichanos (foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)


A ação de voluntários, muitas vezes de forma anônima, garante a sobrevivência de gatos que foram abandonados por seus donos. É o caso da secretária do Departamento de Ciência Política Marlene de Fátima Maciel, de 56, e a secretária do Departamento de Comunicação Social Edwiges de Souza Carvalho, de 57. Há 20 anos, Marlene cotiza a compra de rações para os felinos que circulam pela Fafich, desembolsando uma média de R$ 200 por mês. Edwiges ajuda a cuidar, diariamente, dos felinos. “Os gatos são tão carinhosos quanto os cachorros, mas eles têm mais personalidade”, lembra Marlene, que cuida de 14 em sua casa.

Muitos bichanos são abandonados pelo medo que algumas pessoas desenvolvem a partir de uma visão preconceituosa. Os de pelo preto são os que mais sofrem maus-tratos e são deixados nas ruas pelos donos. Muitos também são usados em sacrifícios ou são atacados simplesmente por sua cor. O professor da UFMG Luiz Carlos Villalta encontrou Ninho em uma sexta-feira 13 com sequelas de violência. Ao vê-lo com as costelas quebradas e muito frágil em uma sala da Fafich, resolveu levá-lo para sua casa para cuidar dele. O professor lembra que é uma questão cultural. No Egito antigo, os gatos eram cultuados como deuses. Uma das razões para a devoção aos felinos é o fato de ajudarem a combater os ratos e consequentemente doenças transmitidas pelos roedores.

Como no câmpus da UFMG, o Parque Municipal Renné Giannetti é outro lugar onde os gatos são deixados ao deus-dará. No último censo realizado, eram cerca de 380. Um dos voluntários é o escritor José Gualberto Gambier Costa. Ele investe cerca de R$ 300 na compra de alimento para os felinos e, diariamente, vai ao parque para alimentá-los. “Fazemos um apelo às pessoas para que não tragam os gatos para cá.”

A presidente da organização não-governamental Basta Adotar, Mailce Mendes, defende que é importante, além de adotar os felinos abandonados, castrá-los. “É indicado castrar seja o macho ou a fêmea. Impede que eles se reproduzam, aumentando a população, e também é uma medida positiva para a saúde dos felinos”, diz. A castração pode ser feita no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). “É um serviço gratuito e de alta qualidade”, garante. Para ela, é difícil quantificar o número de felinos abandonados, porque eles têm hábitos noturnos e muitas vezes ficam escondidos.


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