A ação de voluntários, muitas vezes de forma anônima, garante a sobrevivência de gatos que foram abandonados por seus donos. É o caso da secretária do Departamento de Ciência Política Marlene de Fátima Maciel, de 56, e a secretária do Departamento de Comunicação Social Edwiges de Souza Carvalho, de 57. Há 20 anos, Marlene cotiza a compra de rações para os felinos que circulam pela Fafich, desembolsando uma média de R$ 200 por mês. Edwiges ajuda a cuidar, diariamente, dos felinos. “Os gatos são tão carinhosos quanto os cachorros, mas eles têm mais personalidade”, lembra Marlene, que cuida de 14 em sua casa.
Muitos bichanos são abandonados pelo medo que algumas pessoas desenvolvem a partir de uma visão preconceituosa. Os de pelo preto são os que mais sofrem maus-tratos e são deixados nas ruas pelos donos. Muitos também são usados em sacrifícios ou são atacados simplesmente por sua cor.
Como no câmpus da UFMG, o Parque Municipal Renné Giannetti é outro lugar onde os gatos são deixados ao deus-dará. No último censo realizado, eram cerca de 380. Um dos voluntários é o escritor José Gualberto Gambier Costa. Ele investe cerca de R$ 300 na compra de alimento para os felinos e, diariamente, vai ao parque para alimentá-los. “Fazemos um apelo às pessoas para que não tragam os gatos para cá.”
A presidente da organização não-governamental Basta Adotar, Mailce Mendes, defende que é importante, além de adotar os felinos abandonados, castrá-los. “É indicado castrar seja o macho ou a fêmea. Impede que eles se reproduzam, aumentando a população, e também é uma medida positiva para a saúde dos felinos”, diz. A castração pode ser feita no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). “É um serviço gratuito e de alta qualidade”, garante.