Funcionários do Hospital João XXIII e outras três unidades de saúde vão cruzar os braços nesta terça-feira. Os trabalhadores fizeram uma assembleia nesta segunda-feira e decidiram fazer uma paralisação de, no mínimo, três dias. A categoria reclama de sucateamento de equipamentos, falta de medicamentos e paralisação de obras por causa da troca de governo. No Hospital Infantil João Paulo II, na Alameda Ezequiel Dias, Região Central de Belo Horizonte, enfermeiros e pediatras suspenderam o atendimento hoje. Apenas casos de urgência e emergência estão sendo mantidos.
De acordo com a Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) parou de negociar com a categoria desde a data base. “A direção está estagnada. Em função da troca de governo, eles estão deixando tudo a Deus dará. Temos obra que foram inauguradas e não estão abertas. Obras que estavam para ser terminadas estão paradas. Em alguns hospitais, a compra de materiais permanetes estão suspensas ou paralisadas”, afirma Carlos Augusto Martins, diretor na Asthemg.
A situação de algumas unidades de saúde já tinham sido denunciadas pela categoria. A Maternidade Odete Valadares, conforme a Asthemg, teve as cirurgias eletivas suspensas. “Isso aconteceu mesmo com o quadro de profissionais completos”, garante Carlos Martins.
Nesta segunda-feira, médicos do Hospital Infantil João Paulo II decidiram fazer uma paralisação. Segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), o objetivo é sensibilizar os gestores e a comunidade para a “situação de caos que vive o maior hospital infantil do estado”. Eles pedem a contratação de mais profissionais, melhores condições de trabalho, salário diferenciado para plantões de fim de semana e equiparação do abono de urgência aos médicos do Hospital João XXIII.
Além da paralisação, os médicos fizeram uma panfletagem ao redor do hospital, para alertar a população sobre a situação. De acordo com o grupo, para atender à demanda diária que recorre ao João Paulo II seriam necessários, no mínimo, sete pediatras. Há dias em que a unidade funciona com apenas um especialista de plantão. Eles alegam um grande número de demissões por falta de condições de trabalho, má remuneração e sobrecarga de atendimentos.
Braços cruzados
A paralisação, marcada para começar nesta terça-feira, vai atingir, além do Hospital João XXIII, Maternidade Odete Valadares, e o João Paulo II, o Centro Psíquico da Adolescência e Infância (CEPAI). “Serão no mínimo três dias de paralisação, porque cada um é um plantão diferente. Na quinta-feira, faremos uma avaliação para decidir pela continuidade da paralisação por tempo indeterminado ou não”, comenta Martins. Cruzarão os braços enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, funcionários de raio X, e do setor administrativo.
O em.com.br entrou em contato com a Fhemig e ainda aguarda resposta sobre a paralisação e os questionamentos dos funcionários.