Minas fica acima da média nacional – 76,4 anos versus 74,9 anos – e ocupa o sexto lugar na pesquisa que apresenta as expectativas de vida referentes às idades exatas até 80 anos e que é usada pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias. Quando se trata especificamente da expectativa de vida dos homens, Minas se posiciona em quarto lugar (73,5 anos), enquanto o país registra 71,3 anos; e em sétimo para mulheres (79,4 anos), maior que a marca brasileira (78,6 anos ). A pesquisa aponta que a taxa de mortalidade infantil no Brasil (até 1 ano de idade) caiu para 15 em cada mil nascidos vivos – em 1980 era de 69,1. Minas tem 12,6 contra 65 em 1980 (veja quadro).
Caminhando na esteira ou levantando pesos em uma academia do Bairro Cidade Nova, Diva destaca que é fundamental cuidar da cabeça para viver bem. “Depois que me aposentei, fiz o curso de artes plásticas na Escola Guignard. Não fico parada, e estou terminando outro de contadora de histórias”, diz a aposentada, certa de que um casamento longo também é essencial para manter a felicidade dos dias.
Se para as mulheres o ganho em 2013 esteve na faixa de três meses e 14 dias, subindo de 78,3 para 78,6 anos, para os homens, o avanço foi um pouco maior: de três mês e 29 dias, passando de 71 em 2012 para 71,3 em 2013. “Faço a minha parte”, resume Antônio Macedo, de 73 . Casado, pai de três filhos e adepto dos esportes, ele fez ioga durante 15 anos, mesmo tempo em que se dedica à malhação. “Só Deus sabe quanto vou viver, mas fazer diariamente 40 minutos de esteira, me alongar bastante e usar os aparelhos. Quero chegar aos 100 e tenho histórico na família: minha mãe está com 96”, sorri o comerciante aposentado.
CONTRASTES O professor universitário aposentado César Roberto Ferrara, de 63, é outro integrante desta geração saúde. Na tarde de ontem, ele fazia spinning na água. ”Deixei o cigarro, a carne em excesso e a bebida. Hoje tenho uma alimentação balanceada e está tudo bem melhor”, afirma.
A técnica do IBGE Luciene Longo diz que a pesquisa divulgada anualmente confirma que a população está envelhecendo e se verifica o aumento da expectativa de vida dos brasileiros. Santa Catarina teve o melhor resultado quanto à esperança de vida ao nascer para ambos os sexos (78,1 anos) e com maior expectativa para os homens (74,7 anos) e mulheres (81,4 anos). Já os estado que apresentou o pior resultado foi o Maranhão (69,7 anos no geral), com expectativa de 66 anos para homens e de 73,7 para mulheres. Em relação ao sexo feminino, o estado só perde para Roraima (73,4 anos).
Mortalidade infantil cai
A pesquisa Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2013 mostra que a maior taxa de mortalidade infantil (até 1 ano de idade) foi registrada no Maranhão (24,7 por mil nascidos vivos) e a menor em Santa Catarina (10,1 por mil). No Brasil, os números mostraram queda em relação a 1980, passando de 69,1 (1980) para 15 em cada mil nascidos vivos. Minas tem 12,6 contra 65 (1980). Para efeito de comparação, os técnicos do IBGE destacam que a mortalidade infantil é de dois óbitos por mil nascidos vivos e a mortalidade na infância é de três por mil.
Entre 2012 e 2013, também diminuiu a mortalidade feminina dentro do período fértil (15 a 49 anos). Em 2012, de cada 100 mil nascidas vivas, 98.105 iniciariam o período reprodutivo e, dessas, 93.568 completariam o período. Já no ano passado, de cada 100 mil nascidas vivas, 98.176 atingiriam os 15 anos de idade e, dessas, 93.743 chegariam aos 50 anos. A fase adulta (15 a 59 anos) também foi beneficiada com o declínio dos níveis de mortalidade. Em 2012, de mil pessoas que atingiriam os 15 anos, cerca de 848 completariam os 60 anos. Já em 2013, de mil pessoas com 15 anos, 852 atingiriam os 60 anos, isto é, foram poupadas quatro vidas para cada mil pessoas neste intervalo de idade.
SEXO MASCULINO A pesquisa mostra ainda que mortalidade da população masculina em relação à feminina pode ser observada desde o instante do nascimento. A probabilidade de um recém-nascido do sexo masculino não completar o primeiro ano de vida foi de 16,3 para cada mil nascidos vivos. Para o sexo feminino, foi de 13,7 por mil, uma diferença de 2,6 óbitos. Assim, a mortalidade infantil para os meninos é 1,2 vez maior do que para as meninas. Entre um e dois anos de idade, este valor passa para 1,3 vez, mantendo-se nesse nível até os 9 anos. A partir desta idade, cresce até atingir o valor máximo entre os 22 e 23 anos: um homem de 22 anos tem 4,6 vezes mais chances de não atingir os 23 anos de idade do que uma mulher.
MAIS VELHOS, MAIS VIVOS
Expectativa de vida (2013)
Brasil
Total 74,9 anos
Homens 71,3 anos
Mulheres 78,6 anos
Minas Gerais
Total 76,4 anos (6º lugar)
Homens 73,5 anos (4º lugar)
Mulheres 79,4 anos (7º lugar)
Em 33 anos, expectativa no país cresceu 12,4 anos
Mortalidade infantil (2013)
Brasil
15 mortes para cada mil nascimentos
Minas Gerais
12,6 mortes para cada mil nascimentos (7º lugar)
Fonte: IBGE
PALAVRA DE ESPECIALISTA: Bruno Eduardo de Mendonça Carneiro, Educador Físico
Autoestima com musculação
“O aumento da expectativa de vida tem a ver, sem dúvida, com a conscientização dos brasileiros que buscam melhor qualidade no seu dia a dia. Como fatores importantes para a saúde e bem e estar de homens e mulheres acima dos 60 anos, estão a prática regular de esportes, alimentação balanceada e menos ociosidade. É bom lembrar que a prevenção de doenças deve ser preocupação permanente, e, dessa forma, o acompanhamento médico e o check-up anual dão mais tranquilidade. Nessa fase da vida, muitos já estão aposentados, têm filhos crescidos e desfrutam do aconchego da família, mas ninguém pode descuidar da forma física. A musculação é muito indicada, fortalece os músculos e eleva a autoestima”.