Instalação de câmeras de segurança em todas as escolas da rede municipal – 80 delas em uma primeira etapa –, treinamento dos guardas municipais para lidar nos ambientes de aprendizagem, cursos de formação relacionados aos direitos humanos, multiculturalismo e cultura de paz são algumas das ações do Plano de Segurança Escolar da Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. As medidas foram apresentadas, na manhã dessa terça-feira, pelo prefeito Marcio Lacerda e pela secretária municipal de Educação, Sueli Baliza, durante café com os diretores das 189 unidades municipais no Minas Tênis Clube 2, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul da capital. Lacerda destacou que o plano tem caráter pedagógico e não punitivo. “Em relação à rede estadual, a municipal registra números menores, porque a prefeitura traz a sociedade para dentro da escola, lideranças e pais dos alunos. A comunidade se apropria e sente que a escola é sua. A cultura de paz não é só ambiente na escola, é para formar o aluno para a vida”, disse Lacerda.
De acordo com o prefeito, no ano passado foram cerca de mil ocorrências na rede municipal, sendo 40% relacionados ao vandalismo. “Um dos pontos que devem ser abordados em relação à questão da segurança na escola é o bullying. É importante trabalhar com a criança o respeito”, salientou Lacerda.
O plano foi estruturado em quatro eixos: convivência escolar, segurança do ambiente, ocorrências graves, intersetorialidade e gestão democrática (veja quadro abaixo). O maior investimento, cerca de R$ 4 milhões, deverá ser para a instalação das câmaras de segurança em 80 unidades de ensino. A gerente do programa Famíla Escola, Juliana Melo Franco, informou que já iniciou o processo de licitação e que as câmaras devem ser instaladas no ano que vem, embora ainda não seja possível precisar o mês. Durante o evento, foi ressaltada a importância de uma parceria da guarda municipal com diretores e professores. “A atividade hoje é um encontro de celebração e comemoração dos resultados da educação ao longo do ano. São trabalhos para melhor a qualidade da rede municipal de educação”, disse a secretária Sueli Baliza.
Integração
Os diretores destacaram que um dos desafios é o fato de muitas crianças viverem em ambientes de violência nas comunidades de origem. “A Pedreira Prado Lopes é uma comunidade de grande vulnerabilidade social e com altos índices de violência. O problema entra na escola à medida que faz parte da vivência do aluno. Conseguimos fazer que seja espaço de respeito, embora haja ainda alguns casos pontuais”, informou a diretora da Escola Municipal Carlos Gois, Denise Alessandra Moraes.
A diretora da Escola Municipal Desembargador Loreto Ribeiro de Abreu, no Bairro Ribeiro de Abreu, Região Norte de BH, Juliana Tófani de Sousa, destacou a situação de vulnerabilidade na comunidade de onde vem grande parte dos seus 520 alunos, com idades entre 6 e 12 anos. “A gente percebe, por meio de relatos dos pais, dificuldades enfrentadas, como assaltos, drogas e briga entre famílias. Também temos a disputa pelo espaço, porque muitos bairros são fruto de invasões. Trabalhamos muito para termos uma convivência sadia”, afirmou Juliana Tófani. Ela considera que o trabalho feito tem contribuído para que a violência não se instale na escola que trabalha com o público infantil. No entanto, lembra que é necessário reforçar medidas para permitir que as famílias participem das atividades escolares. “É preciso segurança da família para participar das atividades que a escola promove. Não conseguimos, por exemplo, realizar atividades à noite”, denunciou.
Para o diretor da Escola Municipal Jonas Barcelos Correa, Emanuel Vitor Júnior, no Bairro Petrópolis, na Região do Barreiro, Oeste da capital, é importante estabelecer parceria com a comunidade para combater a violência. “Escola situa-se em comunidade de vulnerabilidade social.
PROPOSTA DE SEGURANÇA ESCOLAR
Eixo convivência escolar
Ações – cursos sobre temáticas em torno do Plano de Convivência Escolar; cartilhas, revistas em quadrinhos e folders; equipes central e escolar de mediação de conflito; plano de convivência escolar e
regimento escolar
Eixo segurança do ambiente escolar
Ações – instalação de câmeras nas escolas (80 em uma primeira etapa, com meta de chegar a todas as 189); carteirinha/crachá escolar que identifique individualmente o aluno; plano de prevenção e emergência; cultura de segurança digital por meio de educação continuada e projetos
Eixo ocorrências graves
Ações – manual de segurança escolar
Eixo intersetorialidade/gestão democrática
Ações – diagnóstico dos problemas locais e fortalecimento da rede com a criação de plano de ação intersetorial; gestão participativa da educação municipal; fortalecimento da gestão democrática; cultura de participação e protagonismo dos diversos segmentos escolares; projetos culturais e comunitários que fortaleçam laços sociais e sentimentos
de pertencimento
Fonte: Plano de Segurança Escolar da Rede Municipal de Educação – PBH
Enquanto isso...
...Segurança Move
A estação do BRT/Move na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi apontada pelo prefeito Marcio Lacerda como a mais depredada desse sistema de transporte. Nos próximos 30 dias, outras 10 viaturas da Guarda Municipal farão o patrulhamento no entorno das estações. A manutenção da ordem também deverá ser realizada por seguranças privados nas estações.
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