O ônibus de viagem que caiu em uma ribanceira às margens da BR-381, em Bela Vista de Minas, na Região Central de Minas Gerais, na madrugada desta quinta-feira, pode estar irregular. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o veículo foi fretado e, por isso, tem que ter autorização Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para fazer viagens interestaduais. A corporação ainda não encontrou a documentação. O motorista também pode ser responsabilizado pelo ocorrido. Dentro do coletivo foi encontrado medicamentos conhecidos como rebite, usados por condutores para ficar acordados em longas viagens.
O acidente aconteceu por volta das 3h. O veículo saiu de Ribeiro Pombal, na Bahia, com 27 passageiros, e seguia para São Paulo pela BR-381. Quando passava pela cidade de Bela Vista de Minas, o motorista perdeu o controle da direção e caiu na ribanceira. Cinco pessoas morreram na hora e outras 22 ficaram feridas. Todas as vítimas foram levadas para o Hospital Margarida, em João Monlevade. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, 13 pessoas continuam internadas no local. Uma adolescente de 16 anos, com trauma de face e tórax, e um homem de 51 precisaram ser transferidos para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, devido ao grave estado de saúde que se encontram.
O condutor do coletivo, que não teve o nome divulgado, conversou com os policiais rodoviários e afirmou que o ônibus apresentou problemas mecânicos, versão que não convenceu. “O motorista alegou que a direção do ônibus travou, mas pelas características do local e por não ter marcas de frenagem na pista, suspeitamos que ele cochilou”, explica o agente Felipe Pereira.
Durante o atendimento ao acidente, foi encontrado medicamento dentro do veículo. “Alguns comprimidos de rebite foram apreendidos. Também estamos verificando a situação do ônibus, que pode estar irregular. Ele foi fretado e precisava de uma autorização da ANTT para fazer a viagem. Ainda não tivemos informações se eles tinham a documentação”, completou Pereira.
O motorista sofreu ferimentos, mas recebeu atendimento e foi liberado. Ele e outros seis passageiros foram levados para um hotel que fica na BR-381, ainda na cidade. O estabelecimento cedeu acomodações e almoço e refeições para os passageiros, após um acordo com o responsável pelo ônibus, que está no local. Ainda segundo o hospital, um grupo de voluntários forneceu roupas para as vítimas. Elas permanecerão no local até a chegada de parentes ou até que a empresa responsável pelo frete defina se vai enviar outro coletivo para que o grupo siga viagem.
Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) ainda não conseguiram identificar os mortos, que estavam sem documentos. (Com informações de Cristiane Silva)