Depois da rebelião no Centro de Internação Provisória Dom Bosco (CEIP Dom Bosco), em Belo Horizonte, na noite dessa segunda-feira, 26 internos foram transferidos nesta terça para unidades socioeducativas da Região Metropolitana da capital. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), outros 16 menores que participaram diretamente do motim foram encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente (CIA-BH), onde prestaram depoimento. A secretaria informou ainda que a rotina no Ceip voltou ao normal.

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo do Estado de Minas Gerais (Sindsisemg), Keifferson Pedrosa, no entanto, denuncia a superlotação no Ceip e diz que a realocação de internos não resolve o problema da unidade.

“A unidade está com 20 socioeducativos durante o dia para tomar conta de 170 adolescentes, sendo que a capacidade é para 80. Esta situação, já estava se passando durante a semana. Os agentes já tinham alertado a direção que os adolescentes estavam tramando algo. Mas, a direção foi omissa”, comentou o presidente do Sindsisemg. Segundo ainda Pedrosa, outros locais que acolhem menores infratores estão acima da capacidade e, por isso, ele prevê novas rebeliões.

O motim dessa segunda teve início depois de uma fuga frustrada de dois internos. Os adolescentes conseguiram abrir as portas das celas e foram todos para os corredores. Em seguida, conforme a Polícia Militar, eles queimaram colchões.

A tropa de choque e militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) e do 16º Batalhão conseguiram conter o tumulto sem o uso de armas. Os militares foram acionados no final da tarde e deram início à negociação com os internos. A situação só foi controlada por volta das 21h.

Com informações de João Henrique do Vale..