Em tempos de violência, até a Sagrada Família tem proteção contra furto. Um presépio chama a atenção em frente a um prédio residencial da Rua Martim de Carvalho com Praça Carlos Chagas, no Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de BH. As imagens de Maria e José em tamanho natural estão do lado externo do condomínio, acorrentadas à estrutura do cenário para evitar que sejam levadas. Nem o carneirinho ficou livre das correntes. Mas o menino Jesus não está exposto. Ele será colocado na manjedoura no dia do Natal, quando é comemorado o nascimento do filho de Deus, segundo a síndica do condomínio, a engenheira Mara Amorin.
Enquanto o menino Jesus não ocupa seu lugar, o presépio serve de cenário para fotos. “Os pais passam e põem seus nenenzinhos na manjedoura”, conta a síndica.
A frente do prédio é sempre enfeitada para o Natal, segundo a síndica. No ano passado, os moradores puseram uma estrutura simbólica, em ferro, e, este ano, pensaram em um Papai Noel. “Mas Papai Noel é um símbolo pagão, e decidimos pelo presépio. Muita gente para, reza, se emociona e até chora. Alguns entram no presépio para segurar a mão de José”, conta Mara. As imagens foram feitas em fibra de vidro por um artista de Goiânia (GO). Apesar do tamanho, elas são leves. “A imagem de José deve pesar uns 20kg. Carreguei tudo sozinho”, conta o zelador do prédio, Fernando Luiz Aniceto.
FAZENDA Mara conta que as imagens ficavam em sua fazenda, em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH, e que todo Natal elas ficavam expostas na comunidade rural Toca do Sino, onde a engenheira é presidente de uma banda de música marcial. “Tem tuba, trombone e tudo”, disse. No próximo domingo, a banda viaja para a capital para tocar diante do presépio.
À noite, o cenário recebe luzes coloridas e encanta ainda mais. “Lindo, lindo, lindo.