Jornal Estado de Minas

Detentos usam serra para fugir de cadeia no Noroeste de MG

Dois dos três fugitivos ainda estão soltos. Agente penitenciário denuncia falta de profissionais no local e superlotação carcerária

A Polícia Militar ainda procura pelos dois presidiários que fugiram na noite desta sexta-feira da cadeia pública de Vazante, no Noroeste do estado.

Com a ajuda de uma serra, três detentos conseguiram cortar as grades de uma das celas e escapar. Somente um deles foi apreendido à tempo por um policial civil que estava de plantão na cadeia.

Jucemario dos Santos Cardoso, de 36 anos, e Tadeu Henrique Monteiro dos Santos, de 24, ainda estão sendo procurados. O primeiro cumpria pena por tráfico de drogas. Já o segundo foi preso ao tentar jogar drogas na cadeia. O terceiro detento, Geraldo Antônio Moreira, de 20, cumpre pena por homicídio, tráfico e roubo.

A movimentação dos presidiários foi vista pelo policial civil por meio do sistema de vigilância quando eles já estavam perto de deixar o local. O agente deu a volta na cadeia e conseguiu alcançar Geraldo quando ele já estava na rua.

De acordo com um agente, que pediu para não ser identificado, a cadeia comporta 34 pessoas, mas recebe, no momento, 50 detentos. Os presos são divididos em sete das oito celas existentes e vigiados por um agente penitenciário por turno.
Outros três policiais civis também trabalham no local durante o dia, mas somente um pela noite. “A gente trabalha sob pressão. É muito arriscado ficar assim. Tememos pela nossa segurança e a dos detentos”, reclama.

Minas Gerais tem, atualmente, a segunda maior população carcerária do país com 20.370 presos em regime fechado, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. O número não inclui outros 26 mil detentos provisórios, que compartilham o mesmo espaço que os demais. No total, o estado tem 59.849 presos, quantia bem superior às quase 38 mil vagas, o que gera um déficit de cerca de 22 mil.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil que confirmou a fuga dos presos. O delegado responsável pelo caso irá investigar como os detentos conseguiram a serra. Sobre a carência de agentes penitenciários, a Polícia Civil afirma que irá avliar junto com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) a possibilidade de aumentar o número de profissionais na cadeia pública de Vazante.

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