Nos caminhos para o litoral ou para o interior, os motoristas mineiros que viajam neste fim de ano devem estar preparados para mais do que o tráfego intenso, que, de acordo com as autoridades rodoviárias, chega a ser 30% superior ao normal neste período e pode se tornar incentivo para ultrapassagens perigosas e alta velocidade. Quem for conduzir suas famílias e amigos enfrentará circuitos em zigue-zague entre interrupções de obras em praticamente todas as rodovias, bloqueios do tipo pare e siga, buracos, chuva e até animais soltos nas vias. Para ajudar no planejamento dos viajantes e informar não apenas sobre os perigos, como também indicar as estruturas para descanso, socorro, abastecimento, refeições e outros serviços que trazem conforto para a jornada, a reportagem do Estado de Minas fez um levantamento sobre as condições de 6.017 quilômetros de estradas que levam de Belo Horizonte para os destinos mais procurados pelos mineiros no Natal e no ano-novo.
As rodovias que chegam à Bahia, ao Espírito Santo, ao Rio de Janeiro, a São Paulo, a Brasília, a roteiros do Sul de Minas, ao Centro-Oeste, ao Vale do Aço, à Serra da Canastra, a Furnas, ao Triângulo e a cidades históricas têm 3.907 (65%) quilômetros nos quais os motoristas devem redobrar sua atenção. Segundo o levantamento feito a partir de informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), de concessionárias e das polícias rodoviárias Federal (PRF) e Militar (PMRv), a maior parte da extensão total pesquisada, com 3.033 quilômetros (50%), inspira cuidados por conta de obras, grande volume de veículos, curvas e travessias perigosas. Os trechos críticos, com poucos pontos de ultrapassagem, alto índice de acidentes e muitas intervenções, chegam a 874 quilômetros, ou 15% do total, restando 2.110 quilômetros (35%) considerados bons, com pistas que permitem ultrapassagens seguras, bem sinalizadas, asfalto intacto, acostamento bom e presença satisfatória de socorro e serviços.
O grande volume de obras, principalmente na BR-381, sentido Vale do Aço, que vem sendo duplicada, e nas recém-assumidas por concessionárias, como a BR-040 – de Juiz de Fora a Brasília –, e a BR-262 – de Betim a Uberaba –, que recebem manutenção e adequação de trechos, é uma situação a mais de perigo, sobretudo para quem vai rodar antes ou depois das vésperas e datas dos feriados, quando as intervenções são suspensas. Para se ter ideia desse perigo, no último período de festas, quando não havia tantas obras, entre 20 de dezembro de 2013 e 1º de janeiro de 2014, foram 112 pessoas mortas nas estradas mineiras, uma a menos que no mesmo período anterior.
“As estradas estão em condições de pavimento melhores, mas os motoristas devem se deparar com muitas obras e carros. O importante é não querer compensar o tempo perdido com ultrapassagens indevidas e alta velocidade”, alerta o porta-voz da PRF em Minas, inspetor Aristides Amaral Júnior. Ele lembra também que há previsão de chuvas.