Wellington terminou recentemente mais dois presépios e recebeu a aprovação das famílias da Rua Direita, no Centro Histórico de Santa Luzia. “Só encerro o trabalho depois de pôr o Menino Jesus na manjedoura.
A arte de fazer presépios é centenária em Minas, e o artesão preza as características mais antigas, como usar as peças – Jesus, Maria e José, anjos, pastores e animais – das próprias famílias, buscar galhos secos no quintal, além de ouvir e contar históricas enquanto monta o cenário. “É sempre um ritual e as pessoas gostam disso. O presépio une todo mundo”, conta Wellington. O serviço vai se intensificar a partir de hoje, já que os luzienses costumam preparar as residências depois da festa da padroeira celebrada anualmente em 13 de dezembro.
Tradição
A casa de Nadeje Lima dos Santos já está enfeitada e o presépio é uma das atrações. “Meu filho Rafael fez o nosso durante sete anos e depois Wellington assumiu o serviço. Lá se vão 17 anos”, conta a moradora da Rua Direita. “Gosto muito de manter a tradição”, disse ela, com alegria.
Na casa das tias Celma e Telma, Wellington encontra inspiração e criatividade para fazer o presépio permeado de boas lembranças: um cavalinho amarelo, da sua infância, um bibelô e as peças da avó Maria, que completam 70 anos. Em silêncio, cumpre mais uma missão. “E quanto você ganha para fazer um presépio?”, pergunta o repórter. “Se for para igrejas, não recebo nada. Nas casas, as pessoas sempre me dão um ‘agrado’.