No sentido São Paulo, a BR-381 é duplicada, mas enfrenta outros problemas. “O volume de veículos é muito grande, sobretudo de caminhões. Por causa das boas condições do pavimento a alta velocidade se torna uma preocupação e é a maior causa de acidentes, principalmente quando chove e muitos carros perdem o controle devido a aquaplanagem pelo acúmulo de água na pista”, afirma o porta-voz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), inspetor Aristides Amaral Júnior.
No caminho para São Paulo, São Tomé das Letras, Caxambu, Poços de Caldas, Campos do Jordão e São Lourenço, pelas rodovias federais, BRs 381, 267, 383, 491 e 459, e estaduais, LMG-862, MG-167, MG-453, MG-173, MG-040 e SP-046, dos 1.055 quilômetros avaliados pelo EM, 457 (43%) devem ser rodados com atenção por causa de obras, curvas fechadas e travessias perigosas. Condutores encontram boas condições de tráfego em 322 quilômetros (31%) da extensão dessa malha e devem redobrar seus cuidados em 267 quilômetros considerados críticos por terem pavimentação precária, falta de sinalização e alto índice de acidentes.
O pior trecho da viagem de BH a São Paulo fica ainda na Grande BH. Entre Contagem e Betim estão dois dos trechos mais mortíferos do país, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicadas (IPEA), o primeiro entre os KMs 480 e 490, e o segundo entre os KMs 490 e 500. Os trechos coincidem com áreas urbanas densamente povoadas desses municípios e de travessia para bairros, injetando um tráfego local e mais lento numa rodovia de grande fluxo de passagem.
Fiscalização
Por esse motivo, o viajante que for rodar por longas distâncias pode preferir deixar a zona urbana mais densa da Grande BH e procurar fazer sua primeira parada para tomar café, beber água, fazer um lanche ou conferir combustível, óleo e alguma condição mecânica ou elétrica do veículo mais adiante, em São Joaquim de Bicas ou Igarapé. Quem preferir adiantar um pouco mais a viagem antes da primeira parada, pode rodar até Três Corações, que fica a 280 quilômetros do Anel Rodoviário.
Nos trechos mais perigosos da rodovia a PRF já reforçou sua vigilância. Além de contar com homens parados em pontos estratégicos para policiar os condutores e do uso de radares móveis para inibir a alta velocidade, agentes estão sendo posicionados em locais adiante das fiscalizações onde usam lunetas para ver de longe os caminhões, carretas e carros que trafegam for a da faixa devida, realizam ultrapassagens proibidas e trafegam pelos acostamentos. Os agentes de luneta comunicam as infrações para os policiais adiante que param os veículos infratores e os multam. “Aqui, no caso da BR-381, o tráfego de veículos de carga é muito intenso com destino ou vindo de São Paulo. Por isso, boa parte das infrações é cometida por esses veículos”, observa o policial que fiscaliza o trecho, agente Luiz Pacheco..