Jornal Estado de Minas

Quadrilha especializada em roubos de relógios de marca é presa em BH

Três homens assumiram que saíram de São Paulo e vieram para a capital mineira para cometer os roubos. Com eles foram encontrados sete relógios Rolex e um revólver calibre 38

João Henrique do Vale
Criminosos foram presos com sete relógios da marca Rolex e uma arma - Foto: Polícia Militar (PM) / Divulgação
Mais uma quadrilha especializada em roubos de relógios de marcas foi identificada enquanto atuava na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Três homens foram presos na tarde desta segunda-feira no Bairro Estoril. Os criminosos disseram que saíram de Taboão da Serra, no interior de São Paulo, para efetuar os assaltos na capital mineira. No hotel onde o grupo estava hospedado foram encontrados sete relógios Rolex, além de um revólver e dinheiro.

Os criminosos foram encontrados depois de assaltarem um motorista no cruzamento das avenidas Barão Homem de Melo e Raja Gabaglia. Um motociclista, armado, abordou o homem quando estava parado no sinal. Em seguida, fugiu em alta velocidade. O condutor conseguiu anotar a placa de um Santa Fé que dava cobertura e acionou a Polícia Militar.


Militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) fizeram buscas na região e conseguiram encontrar o veículo no Bairro Estoril. “Fizemos a abordagem no carro que estava com dois ocupantes. O motorista estava com o relógio da vítima no braço”, explica o tenente Josemir Rocha de Andrade.

O assalto é planejado pelo grupo para tentar impedir a localização e a identificação da polícia. Eles percorrem áreas nobres das cidades para identificar as vítimas. Em seguida, realizam o roubo. “A estratégia sempre era a mesma. Os indivíduos que estão no carro ficam dando voltas pelos bairros até identificar os motoristas ou passageiros com os relógios. Depois, acionam o motociclista que está próximo e este realiza o roubo. O relógio é repassado depois do trajeto para o chefe da quadrilha que está no veículo”, comenta Andrade.

Veículos usados pelos criminosos durante os assaltos na capital mineira - Foto: Polícia Militar (PM) / Divulgação

O líder do grupo foi identificado como Fernando Rodrigues dos Santos, de 36 anos. Era ele quem dirigia o Santa Fé no momento da prisão. Ao ser questionado pelos militares, o homem assumiu o crime e informou que estava na capital mineira apenas para cometer os assaltos.
“Ele é natural de Taboão da Serra e estava hospedado desde sexta-feira em um hotel de Contagem. Fomos até o quarto dele e lá encontramos mais seis relógios e dinheiro”, diz o tenente.

Na garagem do hotel o motociclista responsável pelos roubos também foi encontrado. Embaixo da moto conduzida por ele foi apreendido um revólver calibre 38. Além de Fernando foram presos, Flaviano da Silva Hortêncio, de 25, e Mike Miller Agusto Pereira, 26.

Os três homens foram encaminhados para a delegacia e reconhecidos por duas vítimas. A PM acredita que pelo menos sete pessoas foram assaltadas pelos criminosos. “Os motoristas devem evitar andar com este tipo de relógio no trânsito com o vidro do carro aberto. Esse material tem um valor alto, e por isso se deve evitar a deixá-lo exposto”, alerta Andrade.

Outras quadrilhas na capital

Esta não é a primeira vez que quadrilhas especializadas em roubos de relógios de marcas agem na capital mineira.
Em maio deste ano, a tentativa de roubo quase terminou em tragédia na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Sion. O advogado Renato Senna Abreu e Silva, de 46 anos, seguia pela via quando foi abordado por um homem que estava em uma motocicleta preta. O assaltante exigiu que ele entregasse o Rolex que usava. A vítima disse aos policiais que estava tirando o relógio quando o criminoso disparou e atingiu uma de suas pernas, fugindo em seguida. O motorista foi encaminhado para o Hospital João XXIII.

Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil prendeu um dos integrantes de uma organização criminosa que agia na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O baiano Manoel Raimundo de Abreu Costa, de 37 anos, atuava como “olheiro” na escolha de vítimas dentro de estabelecimentos comerciais da capital. Mais de 10 pessoas foram vítimas dos assaltantes, que agiam de forma organizada e padronizada.

De acordo com as investigações, a quadrilha agia em bairros como Belvedere, Sion, São Bento e Santa Lúcia, Buritis, Barreiro e Carlos Prates. “Ainda não temos informações se há relação entre essas quadrilhas e a presa hoje. Vamos repassar para a Polícia Civil que vai apurar esta situação”, explica o tenente. .