Jornal Estado de Minas

Juíza ouve cinco testemunhas de assassinato de argentina em BH

Uma nova audiência será realizada em 22 de janeiro. Há a expectativa de que o réu do processo seja ouvido na sessão

João Henrique do Vale
Maria Silvina Perotti foi morta pelo companheiro, segundo a Polícia Civil - Foto: Arquivo Pessoal/Facebook
A juíza sumariante Analin Aziz Sant'ana ouviu cinco pessoas na primeira audiência de instrução do processo do assassinato da argentina Maria Silvina Valéria Perotti, de 33 anos. O homicídio aconteceu no Bairro Calafate, Região Oeste de Belo Horizonte, em fevereiro de 2013 As oitivas aconteceram na tarde desta segunda-feira no Fórum Lafayette. Como o caso corre em segredo de Justiça, o teor dos depoimentos não foi divulgado. O ex-companheiro da vítima e principal suspeito do crime, José Antônio Mendes de Jesus, compareceu a sessão, mas ainda não foi ouvido. O depoimento do réu deve acontecer somente em janeiro.

A audiência começou por volta das 13h30. De acordo com a assessoria de imprensa do fórum, a juíza ouviu cinco testemunhas de acusação. Outras duas não compareceram e serão chamadas novamente para depor.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) considera importante os dois depoimentos, por isso, as pessoas serão levadas ao Fórum mesmo que coercitivamente. Também está previsto o depoimento de uma testemunha de defesa.

A próxima audiência está marcada para 22 de janeiro. Há a expectativa que o réu José Antônio Mendes de Jesus preste depoimento. Hoje ele compareceu ao fórum, mas não foi ouvido. O ex-companheiro da vítima chegou a ser preso no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, mas foi liberado dois dias depois. O juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária.

Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Valéria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Porém, a versão foi contestada pela polícia. “Primeiro, o local aonde ele fala que foi abordado por um assaltante é uma rua praticamente deserta que tem prédios residências dos dois lados. Três testemunhas presenciaram a cena e foram contundentes em seus relatos”, afirma o delegado Frederico Abelha, da Delegacia de Homicídios e responsável pelas investigações na época dos fatos.

Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclusão do inquérito. “Ele fala no inquérito que teve uma discussão com o assaltante durante cinco minutos.
Se tivesse bate-boca duarente cinco minutos alguém veria. Uma policial militar que mora próximo, o marido e a filha dela, viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na calçada na via pública, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa rápida, então, não teve o tempo que ele (José Antônio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.

O inquérito do crime foi encerrado em abril deste ano. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Esse último crime, porque a mulher estava grávida. .