A recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para a Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte suspender a eleição para a escolha do nome do segundo gorila nascido em cativeiro na América do Sul não agradou Marcio Lacerda (PSB). Em declaração concedida nesta terça-feira, o prefeito afirmou que a polêmica não passa de uma "tempestade em copo d'água". O caso ainda é avaliado pela Procuradoria-Geral do Município. O resultado da enquete só será divulgado depois da decisão.
Na primeira votação para a escolha do nome do primeiro gorila nascido no zoológico, a FZB optou por homenagear a origem tupi-guarani. Neste segundo pleito, os nomes foram inspirados na cultura africana, para lembrar o continente de origem da espécie. As opções são Ayo, que significa “felicidade”; Bakari, “o que terá sucesso”; e Jahari, cujo significado é “jovem forte e poderoso”. Essa decisão não agradou o Instituto de Inovação Social e Diversidade Cultural (Insod), que provocou o MPMG para barrar a eleição.
O prefeito Márcio Lacerda discorda das alegações feitas pelo MP. "São nomes carinhosos, com significado bonito. Achamos que pôr um nome africano, independentemente de ser nome próprio ou não, seria dar ao gorilinha sua identidade africana. Respeitamos a cultura africana e somos contra qualquer forma velada ou clara de racismo", disse.
Lacerda avaliou ainda que o MP não deveria se ocupar da questão porque este "é um assunto de pouca importância" e "há tantos temas mais importantes na sociedade".
A Prefeitura informou, através de nota, que desde a noite de segunda-feira a eleição foi encerrada. Porém, a Fundação Zoo-Botânica vai aguardar o parecer da Procuradoria-Geral do Município que analisa a situação. .