Encravado em regiões montanhosas, em um visual típico da topografia mineira, o circuito das cidades históricas reserva aos motoristas os piores trechos de rodovias justamente em áreas sinuosas de serras, mas reúne também algumas das estradas mais bem conservadas para quem vai viajar neste fim de ano. Na última reportagem da série sobre a situação das estradas – na qual foram abordados os principais destinos procurados pelos mineiros, com destaque para as BRs 381, 040 e 262 –, o Estado de Minas avalia trechos de pistas e informações do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e da Polícia Militar Rodoviária (PMRv). Dos 365 quilômetros de vias que levam a Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Congonhas do Campo e Conceição do Mato Dentro, incluindo a Serra do Cipó, 70%, ou 255 quilômetros, estão em boas condições de tráfego. Nada, porém, que permita ao viajante abandonar o estado de alerta, já que 110 quilômetros (30%) exigem atenção em curvas, áreas de acesso movimentadas ou com asfalto em reparos.
A Serra de Itabirito, que é cortada pela BR-356 – concedida ao DER-MG e à PMRv –, abriga o trecho mais perigoso no caminho entre Belo Horizonte e Ouro Preto. A grande sequência de curvas fechadas e os poucos espaços para ultrapassagens exigem paciência dos motoristas e planejamento para controlar o veículo. “As condições da estrada estão muito boas, a sinalização foi recuperada e houve manutenção recente. O pavimento está novo, mas a Serra de Itabirito é um trecho de risco, muito sinuoso e com uma grande concentração de acidentes, sobretudo nas chuvas”, alerta o major Cássio Eduardo Soares Fernandes, comandante da PMRv da Grande BH.
Na região, o viajante pode ampliar o circuito de visitas para conhecer outras cidades históricas por rodovias estaduais. De Ouro Preto, seguindo por mais 15 quilômetros pela
BR-356 e entrando na MG-129, conhecerá Mariana.
MG-129 chega-se a Ouro Branco, cidade próxima à BR-040, que por sua vez leva a Congonhas, apenas 20 quilômetros adiante. Em todos esses destinos há boa oferta de restaurantes, lanchonetes, oficinas, postos de abastecimento e borracharias. Se necessário, antes da cidade de Ouro Preto, o distrito de Cachoeira do Campo tem boas instalações e ainda um mercado de produtos típicos e artesanato.
Não deixa de ser uma oportunidade para abastecimento do veículo, compra de mantimentos e água, por exemplo. “Nosso movimento aqui triplica no fim de ano. Tivemos até de contratar mais oito funcionários para dar conta da padaria e da lanchonete. Quem para aqui procura geralmente bebidas, picolés e lanches para levar para a viagem”, conta Letícia de Jesus, de 26 anos, supervisora de uma rede de serviços em Lagoa Santa.
Depois da Serra do Cipó, a estrada até a cidade de Conceição do Mato Dentro tem condições perigosas, que exigem atenção dos motoristas, mais uma vez devido a curvas muito fechadas em uma área de serras íngremes. “A estrada está boa, mas as curvas são muito acentuadas e é preciso muita atenção. Agora que começam as chuvas, vão aparecendo também os buracos, e por isso deve-se redobrar a cautela”, recomenda o major Cássio Fernandes.
INTERDIÇÕES Além das grandes rodovias, pequenas estradas do interior passam por situações de limitação de tráfego, de acordo com o DER-MG. Três estão completamente interditadas. A LMG-718 não tem condições de passagem, devido a atoleiros próximos a Nanuque, no Vale do Jequitinhonha. A LMG-728 tem trincas e problemas estruturais na ponte sobre o Rio das Velhas, em Monjolos, na Região Central.
Outras 50 vias estaduais se encontram com trechos de circulação precária, com tráfego em meia pista devido a quedas de barreira, erosões, rompimentos de aterro ou outras condições que levam à limitação de trânsito de caminhões e ônibus. A lista integral pode ser conferida no site do DER-MG, pelo link: www.der.mg.gov.br/lista-de-servicos/37-rodovias-com-restricao-de-trafego..