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Estado de Minas

Juiz acusado de favorecer traficantes em Minas depõe em BH

Amaury de Lima e Souza foi preso em junho durante operação da PF contra uma quadrilha que tinha ramificações em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo


postado em 17/12/2014 11:53 / atualizado em 17/12/2014 12:31

A Justiça ouve na manhã desta quarta-feira o juiz Amaury de Lima e Souza, réu no processo que investiga uma quadrilha de tráfico internacional de drogas que atuava em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. O magistrado está afastado de suas funções na Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Souza é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de favorecer integrantes da organização criminoso que tinha ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).Preso há seis meses durante operação Operação Athos, da Polícia Federal (PF), o magistrado teve recentemente o pedido de relaxamento de prisão negado pela Justiça.

O interrogatório ocorre no Palácio da Justiça, no Centro de Belo Horizonte, e tem participação do desembargador Antônio Carlos Cruvinel, relator do processo, e do advogado do réu. O juiz responde, de forma intercalada, às perguntas da defesa e de acusação.

Ao todo, a PF cumpriu 22 mandados de prisão preventiva, 38 de busca e apreensão, e nove conduções coercitivas. As investigações se transformaram em um inquérito de 389 páginas. Nos documentos consta que o grupo era formado por núcleos que giravam em torno de Juiz de Fora, onde foi instalada a base da organização. O chefe da quadrilha era Peterson Pereira Monteiro, vulgo Zói, que fornecia a droga para a região e favelas do Rio de Janeiro.

A quadrilha adquiria as drogas, cocaína e maconha, do Paraguai, Bolívia e Peru. Conforme as investigações, o grupo faturava cerca de R$ 20 milhões por mês. O esquema distribuía duas toneladas de cocaína a R$ 10 mil cada quilo, a cada 30 dias.

Na ação, o juiz foi preso depois que a PF encontrou várias sentenças assinadas pelo magistrado em favor de traficantes. Souza foi preso em 12 de junho por porte ilegal de arma e munição de uso restrito. Na tarde desta quarta-feira, os desembargadores da sessão especial do TJMG votaram pela denúncia contra o magistrado. Ao todo, foram 16 votos a favor e apenas dois contra.

Com informações de João Henrique do Vale


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