Dois dias depois da morte de uma criança deixada dentro de um carro no Rio de Janeiro, tragédia semelhante atingiu uma família em Belo Horizonte, na tarde desta quarta-feira. Uma menina de dois anos morreu após passar a tarde dentro do carro da mãe. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e ainda tentou reanimá-la, sem sucesso.
De acordo com a dona da creche onde a menina passava as tardes, Euzeli Silva, a mãe, técnica eletrônica da Infraero, chegou para buscar a filha, que, no entanto, não havia sido deixada no local. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre era o pai. Mas, nesta semana, ele está viajando, e era ela quem estava responsável por isso. Normalmente, ela deixava a menina aqui por volta das 8h, mas como os outros dois filhos estão de férias, a garota está chegando às 10h”, disse a funcionária.
Hoje, a história não se repetiu. A mãe da criança foi até a creche por volta das 17h30 procurando pela filha. “Ela chegou aqui e perguntou pela menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de trás”, diz Euzeli Silva. A criança estava presa na cadeirinha no banco traseiro atrás da poltrona de passageiros. Ela já estava com as extremidades roxeadas. O Samu foi acionado e tentou fazer a reanimação, mas sem sucesso.
De acordo com a Polícia Militar (PM), a mãe não conseguiu falar muita coisa sobre a situação, pois estava em estado de choque. Ela informou apenas que trabalha no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, e que deixou o carro no estacionamento. O carro dela, um Fiat Uno, tem os vidros escurecidos. O corpo da garota deve ser levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte.
Os funcionários da creche afirmaram que a mulher é uma mãe dedicada e que a morte foi uma tragédia. “Ela está muito mal. É uma mãe exemplar. Não temos nada a falar dela”, conta Silva. O cunhado da mãe da criança lamentou o ocorrido. “Infelizmente ninguém acreditava que uma tragédia dessa podia acontecer com a família. Ela é de uma profissão muito estressante e pode ter esquecido”, comentou.
A mulher foi levada por parentes para um hospital e depois deve ser levada para a Delegacia de Homicídios.